Rio

Witzel defende lei para esclarecer que polícia pode matar suspeito com fuzil

Governador eleito do Rio disse que vai se empenhar para aprovar projeto se Bolsonaro pedir
Governador eleito defende lei para esclarecer que polícia pode matar suspeito com fuzil Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Governador eleito defende lei para esclarecer que polícia pode matar suspeito com fuzil Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

BRASÍLIA - O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou nesta quarta-feira que, caso haja interesse do presidente eleito Jair Bolsonaro, vai se empenhar para que seja aprovada no Congresso uma lei que esclareça ações já praticadas segundo o protocolo policial, como o abate de quem estiver portando um fuzil. Segundo ele, uma pessoa que tem um fuzil em mãos tem uma ação muito rápida e está preparada para tirar a vida de quem atravessar seu caminho. De acordo com Witzel, essa é uma das previsões do chamado excludente de ilicitude.

— Caso a proposta de inclusão no artigo 25 do Código Penal de mais uma excludente de ilicitude venha a ser apresentada pelo presidente Bolsonaro, eu já disse a ele que, como governador do Rio de Janeiro, vou me empenhar para que seja aprovado, pedindo à nossa bancada — afirmou Witzel.

Ele disse que, desde 1945, já é prevista investigação para policial que mata. Mas afirmou que, em casos em que há alguém portando um fuzil, o Ministério Público deve, ao final, arquivar a apuração.

— Eu acredito que já temos a lei da excludente de ilicitude. E o policial tem que ser orientado nesse protocolo. Se alguém tiver de fuzil, tiver de arma na mão, já estão avisados de que não se pode andar nas ruas de fuzil a tiracolo. Isso não é novidade. Se andar de fuzil na rua, sem que seja uma autoridade policial ou militar autorizada a usar, ele é um risco iminente que deve ser abatido porque ele vai usar a arma, quer queira quer não, ao menor som ele vai usar e poderá fazer dez vítimas. Há estudos de que a reação de quem está com fuzil é muito rápida. É o protocolo das polícias. O protocolo é neutralizar, abatendo imediatamente quem quer que esteja de fuzil. Não tem direito a réplica — disse o governador eleito, que defende o "abate" de criminosos .

Witzel voltou de uma viagem de Israel , onde ele disse ter conversado sobre a ação policial em Valença (RJ), em que um assaltante que mantinha uma idosa como refém foi morto por um PM no início de dezembro.

— De imediato eles (policiais israelenses) disseram que aquela foi uma conduta que lá em Israel também seria levada a efeito, com a quantidade de disparos necessários para neutralizar alguém que esteja com arma em punho causando uma agressão a uma pessoa — disse Witzel.

Nesta quarta-feira, o ex-juiz voltou a defender o fim da Secretaria de Segurança e afirmou que é "medida necessária" .