Por G1


Vista do Parlamento Britânico, em Londres — Foto: derwiki/Creative Commons

O Parlamento do Reino Unido aprovou, na tarde desta quarta-feira (1º), uma moção para declarar "emergência climática" no país. A medida foi apresentada pelo Partido Trabalhista, que é de oposição ao governo, mas foi aprovada de forma unânime.

"Não temos tempo a perder", afirmou Jeremy Corbyn, líder da oposição. "Estamos vivendo uma crise climática que vai sair de controle de forma perigosa a não ser que tomemos medidas rápidas e dramáticas agora".

Já Greg Clark, o representante que atua como secretário de negócios, energia e estratégia industrial do governo, afirmou que o fato de os conservadores e os trabalhistas estarem em lados opostos da política britânica, quando a questão são as mudanças climáticas as duas partes concordam.

"Conservação, preservação e a herança das futuras gerações são um instinto profundo de todos os conservadores. Nossas preocupações tradicionais sobre o ambiente em uma economia próspera não devem ser vistas como uma contradição a isso", explicou ele, ressaltando que Margaret Thatcher, uma das líderes históricas do Partido Conservador, já alertava para os perigos das mudanças climáticas 30 anos atrás, em um discurso na Assembleia Geral da ONU.

"A necessidade de reduzir as emissões é urgente e convincente, e nós devemos seguir o consenso dos cientistas", afirmou o secretário Greg Clark.

Emissão zero em 2050

Segundo o jornal britânico "The Independent", a moção é simbólica, já que não implica em nenhuma medida automática.

Porém, ela traz uma série de medidas que o governo deve agora se mobilizar para tirar do papel, como aumentar o ritmo de redução das emissões de dióxido de carbono:

  • Em 2030, a taxa de emissões globais no país tem que ter sofrido redução de 45% em comparação a 2010;
  • Em 2050, essa taxa de emissões deve chegar a zero;
  • Reconhecer o impacto devastador que o clima volátil e extremo terá na produção de comida no Reino Unido, além de no volume de água, na saúde pública e nos danos de enchentes e incêndios florestais;
  • Reconhecer que o Reino Unido atualmente está deixando de cumprir quase todas as suas metas de biodiversidade, com uma taxa "alarmante" de declínio no número de espécies, e que o corte de 50% no orçamento da Natural England, entidade governamental que cuida do meio ambiente no país, é contraprodutivo para resolver esses problemas;
  • Apresentar, nos próximos seis meses, propostas "urgentes" para restaurar o ambiente natural do Reino Unido e entregar uma economia circular e com taxa zero de produção de lixo.

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