O professor Sérgio Vesco foi ferido na perna por um aluno que o atacou com uma faca — Foto: RPC/Reprodução
O professor Sérgio Vesco, de 50 anos, atacado por um aluno na sala de aula, em Formosa do Oeste, do oeste do Paraná, diz que perdoou o agressor, mas que ainda não tem condições de voltar para o trabalho.
“Já perdoei”, disse ao destacar que ser professor é o que mais gosta de fazer na vida, porém a retomada das atividades, prevista para esta segunda-feira (10), precisou ser adiada por mais um tempo por causa do medo e da insegurança.
A profissão, segundo ele, que antes era uma das preferidas, hoje já não está mais entre as mais procuradas pelos estudantes.
“Quando você perguntava a alguns anos atrás em uma sala ‘quem aqui quer ser professor?’ Pelo menos a maioria das meninas dizia que queria ser professora. Hoje quando você pergunta quem quer professor, meu amigo, ninguém quer ser professor”, aponta.
Professor foi esfaqueado durante a aula de língua portuguesa — Foto: Léo Silva/Arquivo Pessoal
O ataque
O ataque, no dia 23 de abril, foi registrado por câmeras de monitoramento do colégio e mostram o professor sangrando e procurando por socorro logo depois de levar uma facada na perna direita.
Vesco sai da sala, passa pelo corredor e tenta correr até o saguão da escola. Por onde ele passou, ficou um rastro de sangue. Segundo os médicos, ele perdeu cerca de 40% do sangue, o que provocou um choque anafilático quando seguia para a cirurgia.
O estudante, de 14 anos, que atacou o professor está internado em um Centro de Socioeducação (Cense). Ele foi condenado por infração penal análoga ao crime de tentativa de homicídio e deve ficar internado por pelo menos seis meses.
Segundo a delegada Amanda Macedo Ribeiro, que cuida do caso, a frieza do adolescente chama a atenção.
“Ele não pareceu se sentir culpado pelo o que aconteceu. Não deu para perceber nenhum arrependimento. Não foi algo por impulso”, comentou a delegada.
A defesa do adolescente nega.
Depois de atacar o professor, o estudante fugiu em uma motocicleta e foi encontrado pela Polícia Militar pouco depois. Ele foi encaminhado à delegacia junto com a mãe.
Na época, a direção do colégio estadual declarou que o aluno do 8º ano não gostava de ser repreendido e não aceitava seguir regras, o que acabou causando a discussão em que o professor foi ferido.
O comportamento se repetiu durante os quatro anos que estudou no colégio, completou a direção ao destacar que a mãe do adolescente foi procurada várias vezes por conta de problemas com o aluno na escola.
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