Economia

Previdência: líderes preveem economia menor, mas relator tenta preservar ganho fiscal de R$ 1 trilhão

Benefícios assistenciais, aposentadorias especiais, abono e transição de servidores são alguns pontos que devem mudar
Comissão Especial da Câmara dos Deputados debate sobre a reforma da Previdência Foto: Jorge William / Agência O Globo
Comissão Especial da Câmara dos Deputados debate sobre a reforma da Previdência Foto: Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — A economia para os cofres públicos com a reforma da Previdência pode ficar abaixo de R$ 1 trilhão em dez anos com os ajustes que o relator da proposta, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), estuda fazer. Essa é a avaliação de líderes que passaram o final de semana reunidos com Moreira para tratar do tema. Mesmo assim, auxiliares do relator dizem que ele ainda faz as contas para preservar ao máximo o ganho fiscal.

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Segundo o líder do MDB na Câmara , Baleia Rossi (SP), o parecer está sendo costurado com a ajuda de lideranças partidárias de forma que ele ganhe apoio para ser aprovado na Comissão Especial que analisa a matéria e no plenário.

Entre as principais mudanças que podem ser feitas estão a retirada dos benefícios assistenciais ( BPC ), aposentadorias especiais, ajustes no abono salarial, nas pensões e na idade mínima de aposentadoria dos professores. Também poderá ser criada uma nova regra de transição para os servidores públicos que entraram na carreira até 2003 a fim de assegurar integralidade (último salário) e paridade (mesmo reajuste salarial dos ativos) e para os trabalhadores do setor privado que estão próximos da aposentadoria.

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As mudanças serão apresentadas durante o Fórum de Governadores, hoje, pelo relator. O objetivo, segundo o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), é mostrar para os chefes dos estados que os principais pleitos dos partidos da oposição estão sendo atendidos. Isso seria um estímulo a convencê-los a trabalhar para conseguir votos favoráveis à aprovação da reforma. O relator vai sinalizar também que poderá retirar o regime de capitalização da proposta, caso os governadores assumam o compromisso. Seria a contrapartida para manter estados e municípios na reforma.

— Se os chefes dos executivos estaduais assumirem o compromisso, não vejo por que retirar estados e municípios da reforma — disse Sampaio.

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