Saúde Coronavírus

Doria nega lockdown imediato em SP e indica que quarentena será flexibilizada por regiões

Governador diz que será adotada 'quarentena inteligente' a partir de 1º de junho, de acordo com a situação do coronavírus em cada município paulista
Doria: 'Não há perspectiva de lockdown', diz governador de SP Foto: Reprodução/GloboNews
Doria: 'Não há perspectiva de lockdown', diz governador de SP Foto: Reprodução/GloboNews

SÃO PAULO - O governador de São Paulo , João Doria , negou que pretenda decretar um isolamento social mais rígido, o lockdown , faltando seis dias para o fim da quarentena atualmente em vigor no estado. Ele afirmou que a partir de 1º de junho será adotada uma "quarentena inteligente", na qual as medidas de isolamento irão variar de acordo com a situação do novo coronavírus em cada região.

“Neste momento não há perspectiva de lockdown imediato em São Paulo, mas o protocolo existe, ou seja, neste exato momento nós não vamos decretar lockdown nem na capital de São Paulo, nem em nenhuma outra cidade do estado de São Paulo, nós temos 645 municípios aqui, mas o olhar é diário, o acompanhamento é feito diariamente", disse Doria, em entrevista à GloboNews.

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Já os detalhes sobre a "quarentena inteligente", afirmou, serão anunciados em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, dia 27, ao lado do prefeito da capital paulista, Bruno Covas.

"Para ser muito preciso, nós teremos uma nova quarentena. Mas será uma quarentena inteligente, porque levará em consideração toda a regionalização de São Paulo, do interior, da capital e da região metropolitana, do litoral. A decisão não será homogênea. Até agora ela foi homogênea em todo o estado porque ela precisava ser. Agora, nós temos a condição de fazê-la heterogênea, seguindo as orientações do comitê de saúde. Áreas e regiões em que possamos nessa quarentena inteligente ter um olhar diferente, nós vamos fazer. Aonde não for possível porque os riscos e índices indicam que não devem, não haverá", disse Doria.

Segundo boletim divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de estado da Saúde, o estado já registra 83.625 casos de Covid-19 em 510 dos 645 municípios de São Paulo. São 3.067 novos casos em relação ao informe anterior.

Além disso, já soma 6.220 mortes pela doença, número mais alto entre os estados da federação.

Ao menos 237 municípios já relataram vítimas fatais do novo coronavírus. A maior parte dos óbitos, 72,8% deles, é observado em pacientes com 60 anos ou mais, segundo a secretaria.

Há 11.100 pacientes internados atualmente, sendo 4.283 em UTI e 6.867 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 73,8% no estado e de 88,1% na Grande São Paulo.

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Isolamento social sobe

O índice de isolamento social subiu para 55% no estado e 57% na capital paulista no domingo, segundo o Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP).

A taxa de 57% na cidade é a mais alta dos últimos três domingos, dia em que o índice observado normalmente é mais alto em comparação aos dias de semana. Na quarta-feira, primeiro dia de um feriado prolongado na capital, o isolamento social ficou em 51%.

Doria comemorou os índices de isolamento social. "Parabéns à população que, ao ficar em casa, está ajudando a salvar vidas. A manutenção desses números é importante para reduzir o contágio e frear o avanço do coronavírus no estado de SP", escreveu o governador, no Twitter.

São Paulo vive um feriadão excepcional. Como medida para tentar diminuir a circulação de pessoas nas ruas e, consequentemente conter a disseminação do novo coronavírus, os feriados de Corpus Christi e Consciência Negra foram adiantados para as últimas quarte e quinta-feira na capital paulista.

Além disso, o feriado da Revolução Constitucionalista, celebrado em 9 de julho, também foi antecipado para hoje no estado. Os dados de isolamento social desta segunda, porém, ainda não foram divulgados.