• Bruno de Lima
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BeeGreen  (Foto: Divulgação)

A empreendedoras Patricya Soares Bezerra e Jéssica Pertile são sócias da Beegreen. (Foto: Divulgação)

Formada em biologia, Jéssica Pertile dedicou boa parte de sua vida acadêmica a estudar maneiras de diminuir o impacto de resíduos no meio ambiente. Mas com o nascimento da sua filha, em 2011, a vontade de deixar um legado positivo para futuras gerações cresceu.

Foi  a partir desse desejo que, com um investimento de R$ 15 mil e muita coragem, nasceu a Beegreen.

A marca é especializada na venda de produtos de baixo impacto ambiental, tendo como carro-chefe canudos feitos de inox.

Mas para Jéssica, o diferencial da empresa vai além da simples ideia de comércio. “Tentamos mostrar para nossos clientes que o que vendemos é mais que um produto; é uma solução ambiental”.

Sustentabilidade e marketing
Para passar essa ideia, ela não se limita a montar um portfólio de produtos sustentáveis, mas aplica esse conceito em na sua linha de produção. Isso afeta, inclusive, a escolha dos fornecedores da empresa. "Não ter práticas prejudiciais ao meio ambiente é um requisito básico para vender para nós", diz Jéssica.

As distâncias percorridas no transporte de matéria-prima e dos produtos também são levadas em consideração. A Beegreen segue o conceito de “quilômetro zero”, que tenta diminuir o impacto ambiental causado por operações logísticas, reduzindo a distância entre os componentes da cadeia produtiva. “Por conta disso, já descartamos importar da China mesmo sendo mais barato, por exemplo”.

BeeGreen  (Foto: Divulgação)

O carro-chefe da marca são canudos feitos de inox.  (Foto: Divulgação)

Mais do que um aspecto ideológico, a pegada sustentável também garante que a marca continue competitiva, segundo Jéssica. Para mostrar que têm consciência ambiental, as grandes empresas preferem comprar da Beegreen, mesmo existindo opções mais baratas – o que benefecia a imagem das marcas. “Não somos apenas um fornecedor. Somos uma parceria ambiental das nossas clientes”.

A empresa já atende marcas como Johnny Walker, Cinemark, Mundo Verde, TAG Livros e Itaipu. Tais empresas geralmente utilizam os produtos em campanhas.

Começo difícil
Apesar do sucesso atual, a Beegreen precisou passar por começo lento. Fundada em 2016, o negócio, inicialmente, não encontrou demanda para seus produtos. Como consequência, as vendas eram insuficientes para escalar o negócio.

Foi com a popularização da pauta ambiental – especialmente nas redes sociais – que as vendas deslancharam, aumentando o faturamento de R$ 274 mil em 2017 para R$ 2 milhões no ano passado.

BeeGreen  (Foto: Divulgação)

A empresa aposta na reputação sustentável para atrair mais clientes. (Foto: Divulgação)

Além das vendas diretas, feitas por meio de seus site, a Beegreen lucra captando revendedores. Já são mais de 200 negócios autorizados a comercializar produtos da marca.

E o futuro?
Mais do que realização, o negócio também ajudou Jéssica na maternidade. Ele a permitu ensinar sua filha sobre empreendedorismo e, acima de tudo, a importância da sustentabilidade. “Isso não é algo que eu acho que ocorreria se eu tivesse um trabalho comum”.

Mas a história ainda não acabou. Com cada vez mais empresas apostando nesse tipo de produto, a tendência é que o mercado se sature em breve. Portanto, para manter os bons resultados, é preciso inovar, de acordo com a empresária.

Por conta disso, Jéssica e sua sócia, Patricya Soares Bezerra, enfrentam o desafio de desenvolver um plano de expansão estratégico, identificando novos países onde a marca possa ser inserida. 

O desenvolvimento de novos produtos também faz parte desses esforços. Além dos canudos, a Beegreen também está vendendo copos sustentáveis, ecobags, composteiras e kits ecológicos.

Com isso, a marca pretende atingir o faturamento bruto de R$ 4 milhões em 2019.