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Por Assis Moreira — De Genebra


Pazuello: Ministro interino representa Brasil em Assembleia Mundial de Saúde — Foto: José Dias/PR
Pazuello: Ministro interino representa Brasil em Assembleia Mundial de Saúde — Foto: José Dias/PR

O Brasil corre o risco de ficar no fim da fila para receber vacina contra a covid-19 por uma iniciativa internacional visando acelerar a produção de vacina, tratamentos e testes contra a pandemia e assegurar um acesso equitativo.

Por causa de brigas deflagradas pelo presidente Jair Bolsonaro, o Brasil sequer foi convidado para lançar a “Colaboração Global para Acelerar o Desenvolvimento, Produção e Acesso Equitativo a diagnósticos, tratamento e vacina contra o covid-19”, no fim de abril, reunindo países como França e Alemanha, organizações internacionais, fundações e empresas privadas.

Enquanto vários governos prometiam juntar forças contra o vírus, que já matou milhares de pessoas, Bolsonaro acusava a Organização Mundial de Saúde (OMS) de incentivar masturbação de crianças, por exemplo.

No contexto dessa chamada “Act Accelerator”, a União Europeia (UE) conseguiu no espaço de algumas horas a promessa coletiva de 7,4 bilhões de euros para financiar desenvolvimento da vacina e outros instrumentos contra a pandemia, recentemente.

Agora, setores no Brasil na área de ciência e tecnologia se movimentam para convencer o governo a participar na ação global. Primeiro porque, apesar do discurso de acesso equitativo da iniciativa, o risco é de o país, se ficar fora do “'Act Accelerator”', não ser prioritário para receber a vacina, não poder influenciar na questão de preços e enfrentar condições inferiores.

Por outro lado, se integrar a iniciativa global, o Brasil abre também oportunidade para a Fiocruz e indústria brasileira fazerem alguma etapa do processo produtivo. Será necessário um volume tão gigantesco de vacinas, que vai se precisar de muitas fábricas em torno do mundo para produzir.

A participação na iniciativa global é voluntária e a oportunidade para entrar continua aberta. Esse é o caso também de um movimento convergente que será lançada no fim do mês, a chamada “'Call to Action”. Trata-se de uma plataforma proposta pela Costa Rica para facilitar o acesso e uso de dados, conhecimento e propriedade intelectual de tecnologia para detectar, prevenir, controlar e tratar a pandemia.

Com a imagem bastante deteriorada, o Brasil é visto com espanto no exterior e ainda mais agora, com demissões de dois ministros da Saúde em um mês em plena pandemia, provocando questionamentos sobre o custo humano de orientações contraditórias.

Nesta segunda e terça-feira ocorrerá a Assembleia Mundial da Saúde, que será virtual. O Brasil será representado pelo general Eduardo Pazuello, no cargo de ministro interino. Ele terá dois minutos para dar a mensagem brasileira.

Na assembleia, está prevista a aprovação de uma resolução da União Europeia (UE), da qual o Brasil é um dos co-patrocinadores. Defende o acesso equitativo e a preço razoável para medicamentos e vacina contra a pandemia. E prevê uma investigação independente, na primeira oportunidade possível, sobre a atuação da OMS na reação à pandemia. Esta é uma exigência dos EUA, que querem com isso atacar a China e também o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom.

Os EUA não deverão romper o consenso sobre a resolução. Mas podem se dissociar de alguns parágrafos. Um, sobre educação sexual e reprodutiva; e outro, sobre flexibilidades para quebrar patente previsto no Acordo de Trips da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Já a China, embora um alvo indireto, não vai querer assumir o preço político de aparecer como atrapalhando uma resolução que fala de facilitar acesso a medicamentos contra a pandemia.

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