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Por Nabil Ghorayeb — São Paulo

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Recentemente foi atualizada a diretriz brasileira em cardiologia do esporte. Editada em 2013, obteve grande repercussão no meio científico da medicina e cardiologia do esporte e em geral, inclusive no exterior. Para os não médicos, podemos ressaltar que comparativamente com o resto do mundo, temos algumas variações importantes nos protocolos de avaliação pré-participação, o que nos premia com baixos índices de morte súbita de atletas profissionais, principalmente no esporte mais praticado, o futebol.

Em relação aos esportistas amadores, as recomendações não sofreram grandes modificações. Mas, explicando melhor, elas aconteceram para a prática de corridas de rua acima em pessoas com mais de 35 anos, por exemplo, além da consulta especializada, como eletrocardiograma em repouso, teste ergométrico até exaustão e laboratório de análises clínicas. Outros exames dependem do que o médico definir ser necessário.

Exames complementares dependem do que o médico definir ser necessário — Foto: iStock

Práticas por jovens, de esportes radicais ou de alta intensidade, com certeza precisam de avaliações completas e de especialista familiarizado com o esporte e suas adaptações cardiovasculares. Numa academia, recomenda-se no mínimo consulta, eletrocardiograma e teste ergométrico. Não sentir nada não significa não ter nenhum pequeno ou silencioso problema.

Modalidades como HIIT, crossfit , spinning e outros exercícios semelhantes devem fazer avaliações detalhadas, incluindo anormalidades ortopédicas como pequenas hérnias de disco, artrites e artroses e outras lesões articulares que podem piorar com a prática desses diferentes exercícios físicos. Indivíduos acima dos 60 anos, devem sempre ser avaliados para os vários sistemas e órgãos do corpo, como por exemplo labirintite, bronquite, diabete, problemas renais etc.

Enfim, a avaliação médica dirigida para a prática de atividades físicas regulares, necessita sempre de conhecermos o nosso organismo durante esse estímulo. Sendo o foco a manutenção da saúde, a pratica profissional de um esporte tem regras para prevenir problemas e ganhar benefícios.

Referências:
(Ghorayeb N, Stein R, Daher DJ, Silveira AD, Ritt LEF, Santos DFP et al. Atualização da Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte - 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3):326-368

*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.

Formado em medicina pela FM de Sorocaba PUC-SP, Doutor em Cardiologia pela FMUSP, chefe da seção CardioEsporte do Instituto Dante Pazzanese Cardiologia, especialista por concurso em Cardiologia e Medicina do Esporte, coordenador da Clínica CardioEsporte do HCor, CRM SP 15715, Prêmio Jabuti de Literatura Ciência e Saúde. (Foto: EuAtleta)