Praticamente 7 em cada 10 consumidores brasileiros (69%) tiveram alguma perda de renda desde o início do isolamento social adotado para conter a disseminação pelo novo coronavírus no país.
Com a renda menor, 62% dos brasileiros acreditam que ainda vão enfrentar algum problema que levará ao atraso no pagamento de suas contas. Os dados são de uma pesquisa da DMCard, uma administradora de cartões de marca própria, conhecidos como private label, com 15.010 pessoas entre 5 e 12 de maio.
Perguntados sobre quais dívidas dariam prioridade em caso de não terem dinheiro suficiente para pagamento em dia de todas, as contas de consumo como água, luz, telefone e internet ficaram em primeiro lugar, com 31%, levando em consideração que eles puderam citar mais de uma resposta.
Em segundo lugar na prioridade do consumidor está o cartão de crédito do supermercado, o cartão de marca própria em terceiro (29%) e, em quarto lugar, o cartão de crédito tradicional (20%).
A ordem de prioridade aponta para um consumidor que está preocupado em manter seu poder de compra, principalmente do que é essencial, em manter a comida na mesa, demonstra o levantamento.
Na sequência das dívidas que não ficaram entre as prioridades estão os financiamentos (11%) e a assistência médica (9%).
O consumidor prefere pagar primeiro as contas que podem ocasionar a interrupção de algum serviço que lhe faria muita falta no seu dia a dia. Em segundo lugar, vêm as dívidas que podem tirar deles o poder de compra, em um momento em que ter crédito é muito importante em caso de emergências”, afirma Sandra Castello, diretora de marketing e pessoas da DMCard.
Renda
Apenas 26% dos entrevistados afirmaram estar empregados formalmente, com registro em carteira profissional, e sem nenhum tipo de redução em seus ganhos, enquanto outros 15% tiveram redução de carga horária e, consequentemente, em seus rendimentos.
Outros 12% foram totalmente afastados do trabalho ou tiveram seus contratos interrompidos, e 15% já entraram na pandemia desempregados. Os entrevistados aposentados representaram 10% dos pesquisados e 21% são profissionais autônomos.
Auxílio emergencial
O auxílio emergencial de R$ 600 oferecido pelo governo federal foi buscado por 49% dos entrevistados. Considerando apenas esse grupo, 31% deles já haviam recebido a primeira parcela no dia da pesquisa.
Um grupo composto por 33% não receberam aprovação, outros 19% foram aprovados mas ainda não haviam recebido e 17% ainda estavam aguardando resposta.
Dentre os 51% que não entraram com o pedido, apenas 1% ainda tem a intenção de solicitar o auxílio.
“A demora e problemas no pagamento dessa ajuda do governo tem reflexo direto no comportamento financeiro, principalmente no pagamento de dívidas e nas classes mais baixas, nas quais a prioridade é sempre o consumo alimentar”, destaca Sandra.