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Por G1


Fake News: pesquisa aponta que sites de desinformação são dependentes da publicidade online — Foto: Reprodução

Um estudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e divulgado nesta sexta-feira (7), indica que a maioria dos sites que propagam fake news é financiada pela plataforma de anúncios Google Ads.

"Os sites que publicam consistentemente 'junk news' mostram estratégias profissionais de SEO [Search Engine Optimization, usadas para aumentar o alcance das publicações] para disseminar seu conteúdo por meio de mecanismos de pesquisa", diz o estudo.

A pesquisa aponta 3 conclusões:

  1. As principais fontes de desinformação possuem boas métricas de SEO e são otimizadas para distribuição nas buscas e nas mídias sociais, com potencial para alcançar mais pessoas;
  2. Sites de desinformação usam em suas notícias links de portais confiáveis e de alto prestígio para conseguirem melhor colocação nos mecanismos de busca da web;
  3. A "esmagadora maioria" dos sites de desinformação depende das principais plataformas de publicidade online para gerar receita, e 61% deles usam anúncios do Google.

Enquanto 61% dos portais de desinformação utilizam a ferramenta Google Ads para gerar receita, este índice é ligeiramente menor entre sites de jornalismo profissional (59%).

Procurado pelo G1, o Google afirmou que tem políticas rígidas para impedir que páginas com conteúdos prejudiciais, perigosos ou fraudulentos gerem receita por meio da plataforma de anúncios Google Ads (leia mais abaixo).

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Como foi a feita a pesquisa

A pesquisa feita pela Oxford Internet Institute checou, entre abril e maio deste ano, 830 fontes sobre a Covid-19 e analisou as principais métricas de otimização de mecanismo de pesquisa (SEO), como forma de avaliar a reputação online dos sites e sua dependência de publicidade digital.

Entre os sites de jornalismo profissional analisados pela pesquisa estão veículos internacionais como Reuters, New York Times, The Guardian, CNN, La Reppublica e Fox News. Outros portais, como RT, SputnikNews, Alternet, Breitbart e ZeroHedge, foram considerados como fontes de desinformação.

Em uma escala de 0 a 100 de relevância nos mecanismos de busca, sites de jornalismo profissional conseguiram pontuação máxima de 89, enquanto portais que propagam fake news chegaram a 82. Na lista divulgada pelo estudo, a diferença de pontuação entre os 10 principais sites de cada categoria é pequena.

"Estamos comprometidos em elevar o conteúdo de qualidade entre os produtos do Google e isso inclui proteger as pessoas de informações falsas sobre saúde. Recentemente, atualizamos nossa política para proibir a monetização de conteúdos que contrariem o consenso científico em meio a crises de saúde", diz o Google.

"Muitos dos sites da nossa amostra foram sinalizados por pesquisadores e fact-checkers por apresentarem teorias da conspiração e falsidades, inclusive em relação à Covid-19. No entanto, esses sites continuam gerando receita com publicidade", afirma a pesquisa.

“Grandes plataformas de publicidade, incluindo Google e Amazon, contribuem para a viabilidade financeira e o sucesso de publicadores de 'junk news' e desinformação em torno da Covid-19."

Segundo o Google, em 2019, a plataforma encerrou mais de 1,2 milhão de contas de veículos e retirou anúncios de mais de 21 milhões de página por violação das políticas da empresa.

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