• REGIANE JESUS
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Saúde está em primeiro lugar no ranking das prioridades e sob hipótese alguma essa liderança deve ser ameaçada. Mas, como dizia o poetinha Vinicius de Moraes, beleza é fundamental. Então, nestes tempos de novo coronavírus, o jeito disponível para manter a vaidade em dia é abrir as portas de casa para cabeleireiros e manicures que oferecem seus serviços em domicílio desde que os salões encerraram, temporariamente, suas atividades. Equipados com máscaras, luvas e álcool em gel, profissionais do ramo estético, sem se esquecerem de deixar os sapatos do lado de fora antes de entrarem nas residências, estão a postos para ajudar a elevar a autoestima dos clientes e, claro, para garantirem a própria sobrevivência.

Ana Mendonça, do Espaço Ana, na Tijuca, está trabalhando em esquema de delivery Foto: Acervo pessoal (Foto: Arquivo pessoal)

Ana Mendonça, do Espaço Ana, na Tijuca, está trabalhando em esquema de delivery (Foto: Arquivo pessoal)

Proprietária do Espaço Ana, que existe há nove anos na Tijuca, Ana Mendonça adaptou a sua forma de trabalhar para se manter ativa durante esta fase de distanciamento social. "O delivery é uma forma de tentar ganhar alguma coisa. O meu forte é escova progressiva sem uso de formol, mas faço de tudo. As maiores preocupações das minhas clientes neste momento são manter os fios lisos e tingidos", frisa a profissional, que disponibiliza para contato a página Espaço Ana no Facebook.

Aliás, o fantasma do cabelo branco tem sido a salvação para Érica Pacheco Coelho, dona do Dalkas Hair Studio, na Tijuca. "Como as minhas clientes costumam retocar os fios de 20 em 20 dias, estão pedindo que eu vá à casa delas para mexer na coloração", diz a profissional, que agenda atendimentos através do perfil Dalkas Hair Studio no Instagram. "Eu também trabalho com escova e corte, claro". 

Se os cabelos merecem cuidados mesmo em dias sombrios, as unhas não ficam para trás. Moradora do Cachambi, a manicure Tatiana Fumega tem ido ao encontro de suas clientes para não ficar sem renda. "O delivery de manicure veio para ficar! Sinto que as pessoas estão gostando deste atendimento mais personalizado. Pode virar uma tendência no mercado de beleza, porque tem gente que não gosta de frequentar salão", aposta a manicure, que está no Instagram como Tati Fumega.

Apesar do otimismo em relação ao futuro do delivery de beleza, a manicure não vê a hora de voltar a dar expediente em salão, já que o seu faturamento teve uma queda considerável desde o início da pandemia. "Estou faturando 40% menos, é só um quebra-galho. Não consigo me manter com o serviço em domicílio, até porque muitas clientes que faziam as unhas toda semana estão me chamando só de vez em quando", lamenta. "Como as pessoas estão saindo pouco de casa, deixam a vaidade de lado. Mas, quando elas veem a unha feita, ficam satisfeitas, com a autoestima elevada. Cuidar-se dá uma levantada no astral".

Apoie o negócio local (Foto: Editora Globo)

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