• Juliana Fontoura
Atualizado em
Armazém Fit Store (Foto: Divulgação/Armazém Fit Store)

Além das lojas, empresa investe agora em vending machines (Foto: Divulgação/Armazém Fit Store)


A quarentena adotada para conter o avanço do novo coronavírus fez com que alternativas como o delivery e o drive-thru recebessem ainda mais atenção do comércio. Outro tipo de negócio, no entanto, pode despontar como possibilidade para o cenário pós-pandemia: as vending machines. Isso porque, mesmo após a reabertura da economia, medidas de distanciamento social poderão seguir necessárias por algum tempo — e as máquinas de autosserviço permitem que o cliente efetue a compra do item desejado sem interação.

Visando ao possível fortalecimento desse mercado, a rede de alimentação saudável Armazém Fit Store expandiu o negócio até então desenhado no formato de lojas para as vending machines. A venda foi iniciada na última semana e o objetivo é se adaptar às mudanças de comportamento geradas pela pandemia, como o maior número de pessoas em home office — algo que pode, aliás, se estender para o período pós-quarentena em algumas empresas. “A gente entende que as pessoas, naturalmente, irão buscar alternativas que tragam maior segurança para elas mesmas”, diz Ayla Quintella, cofundadora da empresa.

O negócio de origem capixaba, hoje com sede em São José do Rio Preto (SP), comercializa produtos voltados à alimentação saudável, com opções a granel (castanhas, cereais e chás), veganas, vegetarianas e de suplementação esportiva. Ayla e Tathiana Gava, também fundadora, tiveram a ideia de criar a loja depois de passarem por um processo de mudança de hábitos alimentares, em 2017. 

Com as vending machines, o objetivo é chegar a espaços como academias, faculdades, estações de metrô, hospitais e condomínios residenciais. Estes últimos, aliás, são o maior alvo nesse início de negócio, podendo atingir aqueles que estão trabalhando de casa.

A busca por novas alternativas de chegar aos clientes surgiu logo no início da pandemia no país. Segundo Lucas Quintella, diretor operacional da franquia, foram cerca de 30 dias para a implementação do novo modelo de negócios. Até o momento, quatro máquinas já foram vendidas: três serão instaladas em Santa Catarina (sendo duas em Florianópolis e uma em Balneário Camboriú) e outra em Vitória, no Espírito Santo. A meta é chegar a 60 máquinas vendidas e 45 instaladas até o fim do ano.

O negócio funcionará em sistema de comodato, com contrato de 60 meses. Assim, a franqueadora ficará encarregada da manutenção e garantia da máquina. O investimento inicial é de R$ 49.900 (sendo R$ 37.500 correspondentes à taxa de franquia).

 

Armazém Fit Store (Foto: Divulgação)

Vending machine (Foto: Divulgação)

De acordo com Lucas Quintella, o novo modelo de franquia parte da análise de que muitas famílias perderam renda por causa da crise. “A gente busca pessoas que querem ter aumento de renda sem precisar se dedicar tanto ao negócio”, diz. Dependendo do fluxo de pessoas no local em que a máquina for instalada, o franqueado poderá ter de visitá-la uma vez a cada dois dias para efetuar reposições.

Trata-se de um modelo diferente dos outros quatro que a franquia já possuía antes, sendo três tipos de loja e um quiosque. O quiosque tem investimento inicial de R$ 139 mil e as lojas variam de R$ 179 mil a R$ 279 mil. Hoje, são 72 unidades em funcionamento e 118 vendidas. Para 2021, a projeção é que as vending machines sejam responsáveis por de 10% a 15% do faturamento da rede.

Efeito coronavírus

Lucas Quintella conta que, logo ao início da pandemia, ainda no mês de março, a empresa criou um comitê de crise e partiu em busca de novas soluções. Ainda que as lojas tenham continuado abertas por entrarem na categoria de serviços essenciais, o fluxo de pessoas diminuiu, acarretando numa perda de cerca de 30% do faturamento da rede.

Uma das medidas adotadas foi investir no delivery. O diretor conta que, até então, cerca de 50% das unidades contavam com o delivery e, hoje, todas estão presentes nessas plataformas — incluindo uma ferramenta própria da empresa. “Com essa implantação a gente conseguiu, nos meses de abril e maio, recuperar 15% do nosso faturamento”, afirma. A estimativa é que o faturamento da rede seja de cerca de R$ 40 milhões neste ano.