Menina indiana carrega seus pertences enquanto caminha em linha de trem em Nova Déli, na Índia, durante confinamento no país. — Foto: Adnan Abidi / Reuters
A Índia estendeu neste domingo (17) o confinamento pela pandemia do novo coronavírus até 31 de maio. O comunicado do governo diz, porém, que são possíveis flexibilizações para "facilitar as atividades econômicas". As medidas para evitar a disseminação da Covid-19 na Índia entraram em vigor em 25 de março. Atualmente, o confinamento na Índia é o maior do mundo.
Neste domingo, a Índia registra 95.664 casos confirmados e 3.025 mortes pela Covid-19, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Esses números, porém, são considerados subestimados, já que poucas pessoas foram testadas na Índia, onde vivem 1,3 bilhão de pessoas. A tendência dos números de casos confirmados com a Covid-19 na Índia ainda é de alta.
A autoridade indiana acrescentou que as restrições serão modificadas "se for necessário para facilitar as atividades econômicas, enquanto se combate o vírus". A Índia passa a permitir o trabalho em cozinhas de restaurantes para a retirada da comida ou para a entrega a domicílio. Os complexos esportivos e os estádios podem organizar atividades, mas sem público nas arquibancadas.
Homem passa por um grafite representando o coronavírus, durante um bloqueio para controlar sua propagação da pandemia em Mumbai, na Índia, no sábado (16) — Foto: Rajanish Kakade/AP
Apesar de a Índia ter tido bons resultados econômicos nos últimos anos, a pobreza e a desigualdade social ainda são grandes problemas no país. Além disso, a Índia ainda apresenta problemas básicos de infraestrutura, como a dificuldade para o acesso à água potável.
Com o isolamento, a população mais pobre tem sofrido por não poder se deslocar para o trabalho ou mesmo garantir o dinheiro para a comida. Quase 90% dos trabalhadores na Índia estão no setor informal, sem salário mínimo ou mesmo direitos trabalhistas.
Em abril, o governo liderado pelo primeiro-ministro Naredra Modi anunciou um auxílio emergencial para os mais pobres do país, além da distribuição de alimentos.
Segundo o comunicado deste domingo (17), escolas, locais de culto, centros comerciais, cinemas e academias devem permanecer fechados. Aglomerações também continuam proibidas.
Os serviços de metrô nas cidades e os voos nacionais e internacionais também permanecem suspensos, de acordo com o texto.
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