Por G1


A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, durante entrevista coletiva no gabinete do Governo Metropolitano de Tóquio, na terça-feira (7) — Foto: STR/Jiji Press/AFP

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, estaria pronta para anunciar medidas mais duras de isolamento, determinando já na sexta-feira (10) o fechamento de uma grande variedade de estabelecimentos, de lojas de departamento e restaurantes a universidades. A medida, porém, desagrada o governo do primeiro-ministro do Japão, Abe Shinzo.

Abe decretou na terça-feira estado de emergência, com duração inicial de um mês, para Tóquio e outras seis regiões do país, como forma de combater a aceleração do número de casos de Covid-19.

Porém, o estado de emergência não permite às autoridades japonesas impor um confinamento estrito como em outros países, mas oferece aos governadores regionais a possibilidade de insistir para que a população permaneça em casa e determinar o fechamento temporário dos estabelecimentos comerciais não essenciais.

Segundo o site Nikkei Asian Review, ao tomar conhecimento dos planos de Koike, que incluíam o fechamento de todos os estabelecimentos comerciais e de diversão com mais de 100 metros quadrados, o ministro de política econômica Yasutoshi Nishimura, responsável pela supervisão do plano nacional de resposta à pandemia, tentou convencer a governadora e seus colegas a adotarem planos mais brandos.

Em uma teleconferência na quarta-feira, Nishimura teria pedido que a governadora de Tóquio aguardasse mais duas semanas antes de endurecer as restrições.

Pessoas caminham pelo distrito de Shinbashi, em Tóquio, na noite de quarta-feira (8) — Foto: Kazuhiro Nogi/AFP

Também contrariando os planos de Koike, Abe declarou em uma entrevista coletiva na noite de terça que salões de beleza e barbearias deveriam permanecer abertos por serem considerados “serviços essenciais”, além de pedir que restaurantes aumentassem suas medidas de precaução, como ampliar o sistema de ventilação, em vez de fecharem suas portas.

No mesmo dia, o governo federal acrescentou ainda restaurantes, cafés, lojas de departamento e supermercados à lista de “estabelecimentos que se pede que continuem operando no caso de uma declaração de emergência”.

A preocupação seria tanto econômica – já que Tóquio responde por cerca de 20% do PIB do Japão – quanto pelo fato de que, com o fechamento de muitos estabelecimentos, possa haver um êxodo de trabalhadores que, parados, viajariam para outras cidades onde vivem suas famílias. Isso poderia contribuir para disseminar o coronavírus em outros locais ainda menos atingidos.

Na quarta-feira, primeiro dia do estado de emergência, Tóquio registrou 144 infecções, seu maior aumento diário desde o início da pandemia, noticiou a emissora pública NHK, sem citar fontes.

Na noite de quarta-feira, o Japão tinha 4.257 casos de Covid-19 confirmados, segundo a universidade Johns Hopkins, e 94 mortes causadas pela doença.

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