• Mariana Fonseca
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Quiosque da Magnólia Papelaria (Foto: Magnólia Papelaria/Divulgação)

Quiosque da Magnólia Papelaria: rede tem 41 unidades em operação (Foto: Magnólia Papelaria/Divulgação)

Os quiosques e lojas de shopping centers dependiam do contato físico com o cliente e tiveram de se reinventar com a pandemia causada pelo novo coronavírus. Entre eles está a Magnólia Papelaria. A rede de papelarias franqueadas com foco em produtividade precisou adotar sua proposta na própria empresa.

O negócio investiu em delivery e em uma loja virtual que continuasse recompensando franqueados e vendedores. A Magnólia Papelaria faturou R$ 13,7 milhões em 2019. Mesmo com efeitos da pandemia, aposta no segundo semestre e projeta uma expansão de cerca de 50% para 2020.

Ideia de negócio: papelaria focada em produtividade
A Magnólia Papelaria foi criada pelos empreendedores Julia Hueb, Fillipe Janiques, Igor Vendas, Thiago Janiques e Vitor Viana. Igor e Julia eram franqueados de outros quiosques de shopping center e viam espaço para papelarias que tivessem produto exclusivos.

Vitor Viana, Felipe Janiques, Julia Huerb, Thiago Janiques e Igor Vendas, da Magnólia (Foto: Magnólia Papelaria/Divulgação)

Vitor Viana, Felipe Janiques, Julia Huerb, Thiago Janiques e Igor Vendas, da Magnólia (Foto: Magnólia Papelaria/Divulgação)

Itens como bullet journals eram caros nas lojas brasileiras ou precisavam ser importados de e-commerces americanos e asiáticos. Por isso, a Magnólia se especializou em vender esses materiais para a produtividade com linhas de fabricação própria. Há planejadores para casamento, estudos, tarefas de trabalho e rotina da casa.

O primeiro quiosque da Magnólia Papelaria foi aberto em 2018, em Brasília. O bom resultado nas vendas gerou a formatação de franquias poucos meses depois. A Magnólia Papelaria tem quatro unidades próprias e outras 37 franqueadas.

Estratégia contra o coronavírus: delivery e loja virtual
A pandemia provocou o fechamento temporário de diversos shoppings e suas lojas. Na Magnólia Papelaria, 13 inaugurações previstas para abril e maio foram adiadas até que os centros de compras permitam a reabertura. Apenas nove unidades estão de portas abertas hoje, nas regiões Centro-Oeste e Sul.

A primeira estratégia da rede foi adotar o delivery, inclusive para os franqueados que tiveram suas aberturas adiadas. As entregas começaram na segunda quinzena de março. "Oferecemos toda a estrutura e esse franqueado já pode começar a construir clientela e faturar", diz Vendas. O atendimento é feito pelo WhatsApp Business, enquanto o catálogo padronizado pode ser acessado pelo aplicativo Goomer. Os franqueadores e vendedores foram treinados para manipular corretamente os produtos e evitar contaminação.

Outra estratégia foi um modelo de comércio eletrônico descentralizado. A loja virtual já estava nos planos da rede, mas a pandemia acelerou a estruturação de um modelo que franqueados e vendedores também ganhassem com vendas online. Uma inspiração foi a marca de roupas Farm, que comissiona vendedores por itens comprados no e-commerce.

Na loja virtual da Magnólia Papelaria, o cliente compra produtos usando um voucher com desconto de 5%. O cupom pode vir do franqueador ou de um vendedor específico. Quem não conhece nenhuma loja da Magnólia Papelaria pode gerar um voucher no site, beneficiando qualquer unidade.

Esses descontos, associados a uma política de frete grátis em compras acima de R$ 200, movimentaram a loja virtual da Magnólia Papelaria. O e-commerce foi lançado há cerca de quinze dias e viu resposta principalmente nos estados de Brasília e do Rio de Janeiro.

A loja virtual representou 10% do faturamento de maio. Para Igor, o novo canal pode aumentar a participação para 20% a 30% depois da pandemia. "O tíquete médio é maior, mas a conversão é menor no e-comerce. Estamos trabalhando em um chat que conecte o usuário a um vendedor para que nossas vendas aumentem."

A Magnólia Papelaria faturou R$ 13,7 milhões em 2019, quase o triplo do visto em 2018. Para 2020, a rede de papelarias alterou a meta de crescimento. A rede deve encerrar este ano com 60 unidades, contra as 80 planejadas. O aumento no faturamento deve ser de cerca de 50%.

Igor sabe que a produtos de papelaria voltados para a produtividade não estão na lista de produtos essenciais. "Nossa atividade vai demorar um pouco mais retomar o patamar anterior de vendas", diz. Mas continua otimista para o pós-pandemia.

Os quiosques já estão em treinamento para a volta dos consumidores: um cliente de cada vez, e muito álcool em gel.