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Bolsonaro diz que críticas de Olavo de Carvalho não contribuem com o governo

Declaração foi feita pelo porta-voz após um vídeo do ideológo de direita com críticas a militares ter sido publicado no canal do Youtube do presidente
Presidente Jair Bolsonaro, em Brasília Foto: Adriano Machado / REUTERS
Presidente Jair Bolsonaro, em Brasília Foto: Adriano Machado / REUTERS

BRASÍLIA -  O presidente Jair Bolsonaro repreendeu, nesta segunda-feira, o escritor Olavo de Carvalho e disse que suas recentes declarações não contribuem com o governo.  A declaração, feita por meio de nota lida pelo porta-voz Otávio do Rego Barros,  ocorreu após um vídeo do ideológo de direita com críticas a militares ter sido publicado no canal do Youtube do próprio presidente - e mais tarde apagado.

No texto,  Bolsonaro argumenta, entretanto, que Carvalho, considerado guru dos filhos do presidente, tenta contribuir com o país com seu "espírito patriótico." O presidente ainda afirmou que o escritor teve "papel considerável na exposição das ideias conservadoras que se contrapuseram à mensagem anacrônica cultuada pela esquerda e que tanto mal fez ao país".

"Entretanto, suas recentes declarações contra integrantes dos poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços e consequente atingimento de objetivos propostos em nosso projeto de governo. Igualmente, o presidente tem convicção de que o professor, com seu espírito patriótico, está tentando contribuir com a mudança e com o futuro do Brasil", diz o texto de Bolsonaro divulgado à imprensa.

O  vídeo de Carvalho com críticas aos militares foi  postado na noite de sábado no perfil do presidente, e replicado pelo seu filho, Carlos no Twitter.  Nele,  o ideólogo de direita  diz que a última contribuição das escolas militares foram as obras de Euclides da Cunha. "Desde então, foi só cabelo pintado e a voz empostada" e que "os milicos só fizeram cagada" ao entregarem "o país ao comunistas". " E eles ainda vêm dizer que salvaram o país do comunismo".

Carlos compartilhou o vídeo às 10h40 de domingo e recebeu 4,3 mil curtidas em seu perfil no Twitter. No fim da tarde, o filme foi apagado do canal de Jair Bolsonaro. Nele, Olavo diz que pessoas que ascenderam com Bolsonaro "largaram o povão" e que querem entrar na elite, não "derrubar a elite". "Tudo o que querem é ficar em Brasília, brilhar e embolsar o dinheiro do governo".

Questionado se o presidente havia publicado pessoalmente o vídeo, o porta-voz limitou-se a dizer que ele é responsável por todo o conteúdo publicado ou retirado de seus perfis. Rêgo Barros afirmou ainda que o mandatário determinou a exclusão do conteúdo após um "análise pessoal."  Carlos é quem de fato  gerencia as contas das redes sociais do pai.

— O presidente é responsável por todas as ações que são realizadas em suas contas de mídias sociais, e dentro dessas ações está a inclusão e a exclusão de qualquer dado. Então, o presidente é responsável também pela retirada de qualquer vídeo da sua conta social e assim vocês devem compreender que, obviamente, foi após análise pessoal dele.