Por Reuters


Barracas do lado de fora de um hospital em Cremona, na Itália, em 19 de março de 2020 — Foto: Flavio Lo Scalzo/Reuters

A Itália ordenou ao exército que retire corpos de uma cidade do norte do país que está no centro do surto de coronavírus onde os serviços funerários estão sobrecarregados, e o governo se prepara para prolongar medidas de interdição de emergência em todo o país.

Vídeos feitos por moradores de Bergamo, a nordeste de Milão, e exibidos no site do jornal local "Eco di Bergamo" mostraram uma longa fila de caminhões militares atravessando as estradas de madrugada e retirando caixões de um cemitério da cidade.

Um porta-voz do Exército confirmou nesta quinta-feira (19) que 15 caminhões e 50 soldados foram mobilizados para transferir corpos para províncias vizinhas. Mais cedo, autoridades de Bergamo haviam pedido ajuda com cremações por causa da sobrecarga em seu crematório.

Mapa mostra localização da cidade de Bergamo, na Itália — Foto: G1

A Itália teve o maior aumento diário de mortes do coronavírus já registrado na quarta-feira, quando o total aumentou em 475 e se aproximou de 3 mil. Houve mais de 300 mortes só na região da Lombardia -- que inclui Bergamo, a província mais atingida com seus mais de 4 mil casos.

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O país decretou em interdição antes de outros da Europa, mas, como os casos continuam aumentando, o governo está cogitando medidas mais duras que restringiriam ainda mais a circulação exterior já limitada.

Nesta quinta-feira (19), o jornal "Corriere della Sera" citou o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, segundo o qual o governo ampliará o prazo das atuais medidas de emergência que fecharam escolas e muitos negócios. As medidas em vigor obrigam a maioria das lojas a permanecerem fechadas ao menos até 25 de março e as escolas até 3 de abril. Conte não disse por quanto tempo as medidas serão prorrogadas.

Autoridades dizem que medidas mais rígidas podem ser necessárias porque pessoas demais estão desrespeitando a ordem de ficar em casa para tudo que não seja essencial e milhares continuam a adoecer.

As imagens de caminhões do Exército removendo corpos sublinhou o quanto os serviços de saúde das regiões mais afetadas do norte estão próximas do colapso.

Giacomo Angeloni, autoridade local a cargo dos cemitérios de Bergamo, disse no início desta semana que o crematório está funcionando em tempo integral e recebendo cerca de 24 corpos por dia, quase o dobro de seu máximo normal, e que não consegue manter este ritmo.

Como os necrotérios estão lotados, os bancos da igreja do crematório foram retirados para dar espaço a dúzias de caixões, mas todos os dias mais deles chegam.

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