Por France Presse


Os ministros do Meio Ambiente do G7 começaram neste domingo (5) em Metz, no leste da França, conversações visando a promover medidas concretas, na véspera da publicação de um relatório preocupante sobre a situação da natureza.

"Devemos deixar este G7 com objetivos muito concretos", afirmou o secretário de Estado francês para a Transição Ecológica, Brune Poirson, na abertura dos debates.

Além dos países do G7 (França, Canadá, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão e Reino Unido), delegações do México, Chile (que abrigará a COP25 no final de 2019), Níger, Gabão, Egito estão presentes no encontro, assim como Índia, Indonésia, Ilhas Fiji, Noruega e União Europeia (UE).

Os delegados debaterão até esta segunda-feira (6) sobre uma série de iniciativas, como:

  • combate ao desmatamento;
  • poluição de plásticos;
  • sistemas de ar-condicionado limpos;
  • e proteção de recifes de corais, dentre outras.

A iniciativa deve levar à criação de coalizões de países para impulsionar medidas. O financiamento de ações em favor da biodiversidade também será estudado.

Este G7 do Meio Ambiente deve ser concluído com a adoção, pelos países que desejarem, de um guia de biodiversidade.

"Essas propostas têm todo o nosso apoio", disse o comissário europeu do Meio Ambiente, Karmenu Vella.

Na segunda, a versão final de um relatório sobre a situação global dos ecossistemas será publicada em Paris. Até 1 milhão de espécies estariam em perigo, de acordo com uma primeira versão do texto.

Um grupo de integrantes do coletivo Alter G7 protestou perto do local do encontro em Metz usando máscaras de chefes de estado e chefes de governo dos países do G7.

Integrantes do coletivo Alter G7 usam máscaras de chefes de estado e chefes de governo e protestam perto do local em que ministros do Meio Ambiente de países do G7 se reúnem neste domingo (5) em Metz, na França — Foto: Jeann-Christophe Verhaegen/AFP

Luta por mudança climática 'escondeu' necessidade de proteger biodiversidade

No início da reunião, o ministro francês da Transição Ecológica, François de Rugy, afirmou que, com base em estudos científicos, "chegaremos a um acordo sobre os melhores meios para aumentar o lugar da biodiversidade no cenário internacional e alcançar um resultado ambicioso" na conferência internacional sobre biodiversidade na China no final de 2020.

A luta contra a mudança climática escondeu por algum tempo a necessidade de proteger a biodiversidade nas discussões internacionais.

Mas a reunião dos estados membros da Convenção das Nações Unidas sobre diversidade biológica (COP15) de Kunming deve definir uma agenda para proteger a biodiversidade após 2020, após o fracasso em cumprir a maioria dos compromissos no período 2011-2020, conhecido como "objetivos de Aichi".

A França espera conseguir a elaboração de um comunicado final deste G7, apesar das diferenças com os Estados Unidos em relação ao clima.

Em seu primeiro discurso neste domingo, Andrew Wheeler, que dirige a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), lamentou que "muita atenção tenha sido dada aos piores cenários" sobre o clima.

Países são ricos são os que mais poluem

Além deste G7 do ambiente, haverá palestras sobre biodiversidade, mudanças climáticas e transição ecológica para o público.

Para muitas associações, os objetivos estão longes, tanto na luta contra as mudanças climáticas quanto na proteção da biodiversidade.

Os membros do G7 fazem parte dos "países mais ricos e mais desenvolvidos, mas também são os que mais poluem", informa o Climate Action Network (RAC).

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