Por G1


Cuidados na gestação e no pós-parto contribuem para queda na taxa de mortalidade; condições socioeconômicos, como acesso a saneamento, também estão relacionadas com a mortalidade, — Foto: Prefeitura de Marília/Divulgação

A mortalidade infantil em 2016 interrompeu décadas de queda de mortes de bebês no Brasil, mostram dados do Ministério da Saúde. Pela 1ª vez desde 1990, o país apresentou alta na taxa: foram 14 mortes a cada mil nascidos em 2016; um aumento de 4,8% em relação a 2015, quando 13,3 mortes (a cada mil) foram registradas.

Desde 1990, o país apresentava queda média anual de 4,9% na mortalidade. Nos anos 1980, segundo o IBGE (Instituto brasileiro de Geografia e Estatistica), o Brasil chegou a registrar 82,8 mortes por mil nascimentos. Em 1994, a taxa chegou a 37,2; e, em 2004, a 21,5. Acompanhe a evolução, segundo os dados enviados pelo ministério:

Taxa de mortalidade infantil a mil nascidos vivos (2000 - 2015)
Fonte: IBGE

O Ministério da Saúde credita a alta mortalidade à emergência do vírus zika (foram 315 mortes associadas ao zika desde 2015; veja abaixo) e às mudanças socioeconômicas. Dados recentes, no entanto, mostraram que a vacinação em crianças, um importante fator para a redução da mortalidade, atingiu o menor nível em 16 anos.

Alerta recente do Ministério da Saúde também mostrou que 312 cidades relataram baixos índices de vacinação contra a poliomielite, que voltou a circular nas Américas após registro na Venezuela.

Vacinação de menores de um ano de idade atinge menor nível em 16 anos

Vacinação de menores de um ano de idade atinge menor nível em 16 anos

Saneamento básico e vacinação ajudaram a diminuir taxa no Brasil

A taxa de mortalidade infantil também é usada em relatórios internacionais como indicador de desenvolvimento de modo geral, diz a Unicef, fundo das Nações Unidas para a Infância.

A Unicef registra que, historicamente, a queda da mortalidade infantil no Brasil está associada a uma série de melhorias nas condições de vida e na atenção à saúde da criança: segurança alimentar e nutricional, saneamento básico e vacinação estão entre elas.

A instituição diz que a maior parte dos óbitos se concentra no primeiro mês de vida, o que evidencia a importância dos fatores ligados à gestação, ao parto e ao pós-parto.

Contudo, principalmente as mortes pós-neonatais (após os 27 dias de vida), estão relacionadas às condições socioeconômicas, diz a Unicef.

Mortes por zika e cuidados

Desde 2015, Brasil teve 351 mortes de fetos, bebês e crianças associadas ao vírus da zika, mostrou último boletim do ministério, com dados coletados até 14 de abril de 2018.

Em relação às notificações -- e não casos confirmados -- os estados que apresentaram maior número foram: Pernambuco (175), Bahia (103), Rio de Janeiro (88), Minas Gerais (71) e Ceará (69). Confira a divisão por região (não há mortes na Sul).

Notificação de óbitos pelo vírus da zika distribuídos por região
Dados foram contabilizados entre novembro de 2015 e abril de 2018
Fonte: Secretária de Vigilância Epidemiológica (Ministério da Saúde)

Segundo o boletim, de todos os casos confirmados, 72,8% estavam recebendo algum tipo de cuidado em saúde.

Em relação ao protocolo do Ministério da Saúde, 24% estavam recebendo o tratamento completo (puericultora - orientações após o nascimento, estimulação precoce e atenção especializada).

Dificuldades de locomoção e de vagas, além da complexidade do tratamento, podem justificar a ausência de todo o tratamento.

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