Entidades religiosas protocolaram nesta terça-feira um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Parlamentares da oposição, os deputados Gleisi Hoffmann (PT-PR), José Guimarães (PT-CE) e Carlos Zarattini (PT-SP), acompanharam os representantes desses grupos.
A má gestão do Poder Executivo para combater o coronavírus sustentou o pedido de afastamento feito pelos religiosos. “O pedido se sustenta na denúncia dos crimes de responsabilidade referentes à área de saúde, o manejo criminoso das políticas sanitárias durante a pandemia, o não acesso à vacina, e o desprezo pela vida dos cidadãos e cidadãs brasileiras, usurpando-lhes o direito à saúde e infringindo, assim, diversos artigos da Constituição Federal”.
Escrita pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, a peça é promovida pela Frente Ampla Cristã e conta com apoio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), da Comissão Nacional Justiça e Paz (órgão ligado à CNBB), da Câmara Episcopal da Igreja Anglicana do Brasil (IEAB), da Aliança de Batistas do Brasil (ABB), além de lideranças católicas e evangélicas.
Questionados se não havia desconexão entre as entidades e as bancadas religiosas na Câmara, que tem mais parlamentares favoráveis ao presidente, representantes das entidades religiosas destacaram que nem todos os cristãos são alinhados com Bolsonaro.
“Temos a consciência de quem nem todas as pessoas das nossas igrejas são favoráveis a esse ato que estamos fazendo, mas é importante destacar essa pluralidade e as contradições que existem no âmbito do Cristianismo. Nem todo Cristianismo é bolsonarista”, disse a pastora Romi Márcia Bencke, representante do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil.
Partidos de oposição apresentarão amanhã mais um pedido de impeachment contra Bolsonaro.