Rio Show

Teatro Manchete reabre com o nome de Teatro Prudential — Sala Adolpho Bloch

Fechado para o público há mais de 18 anos, espaço com projeto de Oscar Niemeyer terá programação dedicada à produção dramaturgia contemporânea
A fachada do Teatro Prudential — Sala Adolpho Bloch, na Glória Foto: Divulgação
A fachada do Teatro Prudential — Sala Adolpho Bloch, na Glória Foto: Divulgação

Um palco voltou à cena. Fechado para o público desde 1999, o Teatro Manchete reabre, enfim, repaginado. E sem apagar as marcas do passado. Com projeto de Oscar Niemeyer e paisagismo de Burle Marx, o agora Teatro Prudential — Sala Adolpho Bloch, na Glória, passa ser tocado por um time de curadores capitaneado pela produtora Aventura Entretenimento, associada ao grupo Br Properties (que também gerencia o Teatro Riachuelo e o Imperator, ambos no Rio). A reinauguraçao aconteceu com a estreia de "Pi — Panorâmica insana", da diretora Bia Lessa .

Em 2018, houve duas tentativas de reativação do espaço, com as montagens de “Molière” e “O musical da bossa nova”. O patrocínio, no entanto, só foi viabilizado agora — com a garantia de um investimento contínuo no local. De acordo com os gestores, a ideia é que o local funcione como um centro cultural, com atrações que reflitam a produção do teatro contemporâneo no país e uma agenda de espetáculos infantis. Está prevista para o local a abertura de uma filial do restaurante Bota, da Marina da Glória.

CONFIRA: Toda a programação de teatro no Rio

— Num momento de tantas crises, ou a gente é louco e tenta levantar um teatro ou ninguém faz nada — diz Aniela Jordam, uma das sócias do empreendimento que se reergueu (segundo comunicado enviado à imprensa) com um investimento de R$ 3,5 milhões através de incentivo fiscal e verba direta.

O Teatro Prudential — Sala Adolpho Bloch: reforma deu novo estofamento às poltronas Foto: Divulgação
O Teatro Prudential — Sala Adolpho Bloch: reforma deu novo estofamento às poltronas Foto: Divulgação

Parte da programação deste ano já está definida, aliás. Aniela ressalta que, no tablado de 140 m², a curadoria priorizará o "teatro de teatro". Ou seja, musicais grandiosos, com equipes extensas, não terão prioridade, apesar de também não serem refutados — esse nicho continua a ser explorado com mais afinco no Teatro Riachuelo, do mesmo grupo, na Cinelândia.

— Não adianta a gente concorrer com nós mesmos, né? — justifica Aniela.

Após "Pi — Panorâmica insana", entra em cartaz "Piaf e Brecht, a vida em vermelho", com Letícia Sabatella e Fernando Alves Pinto, em que ambos encarnam a cantora francesa Edith Piaf e o poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht, num encontro hipotético. Em seguida, Gregório Duvivier apresenta a elogiada "Sísifo", sob direção de Vinícius Calderoni.

Histórico célebre

O antigo Teatro Manchete foi inaugurado em 1973 com “O homem de La Mancha”, encenado por Paulo Autran, Bibi Ferreira e Grande Otelo. Lá também eram gravados programas populares da Rede Manchete, como o “Clube da criança”, que lançou como apresentadoras Xuxa e Angélica.

Não à toa, há uma infra-estrutura específica no local. Por trás da cena e dos 359 lugares na plateia, as paredes escondem outra pérola: no subsolo do lugar, há cinco salas de ensaio, sendo uma delas uma réplica do próprio palco (os espaços serão alugados para companhias interessadas).