Coronavírus

Por G1


Passageira com máscara passa por um restaurante fechado no aeroporto Josep Tarradellas Barcelona-El Prat, nesta segunda-feira (6) — Foto: Josep Lago / AFP

O estudo em larga escala feito na Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19, mostrou que apenas 5% da população do país têm anticorpos contra o novo coronavírus, o Sars-Cov-2.

Os resultados da primeira fase do estudo, publicados nesta segunda-feira (6) na revista médica “The Lancet”, mostram que a maioria da população espanhola é soronegativa à infecção pelo novo coronavírus mesmo em áreas que foram mais atingidas pela pandemia.

O estudo soroepidemiológico indica que, se os anticorpos são um marcador de imunidade total ou parcial, logo a população que permaneceria suscetível ao vírus.

Por isso, o estudo enfatiza a necessidade de manter medidas de saúde pública para evitar uma nova onda de contaminações no país, que já registrou mais de 249 mil casos confirmados de Covid-19 e mais de 28 mil mortes.

O estudo também indica que a imunidade ao vírus pode ter curta duração, com 14% dos participantes que testaram positivo para anticorpos no primeiro estágio, testaram negativo no último estágio, de acordo com a agência de notícias Reuters. A perda de imunidade foi mais comum entre pessoas que nunca desenvolveram sintomas.

"A imunidade pode ser incompleta, pode ser transitória, pode durar apenas um curto período de tempo e desaparecer", disse Raquel Yotti, diretora do Instituto de Saúde Carlos III da Espanha, que foi uma das líderes do estudo.

Em entrevista coletiva, Raquel Yotti pediu aos espanhóis que continuem sendo prudentes, principalmente aqueles que se recuperaram do vírus e se consideraram imunes.

"Não podemos relaxar, precisamos continuar protegendo a nós mesmos e protegendo os outros", afirmou.

O estudo engloba um total de 61 075 moradores que forneceram material para exame entre de 27 de abril a 11 de maio de 2020 em diferentes cidades e regiões espanholas.

Importância do estudo sorológico

A maioria dos casos confirmados de Covid-19 pelo teste molecular ou PCR (feito a partir de material recolhido com um cotonete inserido pelo nariz) tem anticorpos detectáveis.

Porém, uma proporção importante de pessoas com sintomas compatíveis com a Covid-19 (como febre, calafrios, cansaço intenso, dor de garganta, tosse, falta de ar, dor de cabeça, perda de olfato e paladar ou diarreia) não fez esse teste de PCR e pelo menos um terço das infecções determinadas por sorologia eram assintomáticas.

O atual balanço de infectados, divulgado pelas autoridades, é resultado da vigilância epidemiológica, que captura apenas os casos confirmados da doença, mas não a totalidade dos infectados uma vez que parte deles é assintomática.

Por isso, os cientistas recorreram ao exame sorológico que permite analisar se em algum momento a pessoa foi exposta ao novo vírus, que foi identificado incialmente na cidade chinesa de Wuhan no fim de 2019.

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