Por Alexandro Martello, G1 — Brasília


O governo informou nesta quarta-feira (20) que o projeto de um modelo previdenciário de capitalização, anunciado pela equipe econômica, será encaminhado noutro momento ao Congresso Nacional.

Nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro entregou ao Congresso a proposta de emenda constitucional (PEC) que estabelece novas regras para os benefícios previdenciários, mas não inclui o modelo de capitalização.

No regime de capitalização, os benefícios são pagos de acordo com as contribuições feitas no passado pelos próprios trabalhadores.

O secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim. informou que, pela proposta do governo, será assegurado o pagamento de, ao menos, um salário mínimo para quem optar por esse modelo.

O restante das mudanças propostas nas regras previdenciárias (setor privado e público) foi enviada ao Legislativo nesta quarta (20) na forma de uma PEC (proposta de emenda constitucional). A parte da reforma relativa aos militares vai ser remetida ao Congresso Nacional em até 30 dias, de acordo com o governo.

Como não será enviada neste momento ao Legislativo, a proposta de implementação do sistema de capitalização na Previdência precisará passar, posteriormente, pela aprovação de uma lei complementar pelo Congresso Nacional, informou o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim.

"Será alternativo ao sistema atual, e só os novos [trabalhadores] é que poderão aderir. É para quem entrar no mercado de trabalho depois da lei complementar. Será de contribuição definida. As pessoas vão receber em sua aposentadoria de acordo com o que contribuir em sua vida laboral. Mas tem garantia de um salário mínimo", declarou.

Reforma da Previdência da equipe econômica propõe capitalização

Reforma da Previdência da equipe econômica propõe capitalização

De acordo com o secretário, o sistema de capitalização poderá ter por base o modelo utilizado em países nórdicos, como Suécia e Noruega. Nesses países, o sistema é um híbrido, conhecido também como de "contas virtuais", que fica no meio do caminho entre os regimes de repartição e de capitalização.

"É um modelo aplicado desde a década de 90 em vários países, que por sinal estão entre os que estão os sistemas previdenciários mais sustentáveis", afirmou o secretário Leonardo Rolim.

No sistema de contas virtuais, as contribuições dos trabalhadores da ativa financiam os benefícios de aposentados e pensionistas – como em um regime de repartição –, mas os benefícios são calculados de acordo com as contribuições feitas pelos beneficiários no passado, acumuladas e indexadas por taxas de juros “virtuais” – como em uma conta individual de um regime de capitalização.

Segundo Rolim, o trabalhador poderá escolher, entre as instituições autorizadas, como os seus recursos seriam aplicados.

"As pessoas vão poder decidir quem vai gerir a sua conta. As contas virtuais seriam administradas pelo próprio Estado. Sobre os recursos do trabalhador, será aplicada uma taxa de juros (assegurada pelo Tesouro Nacional).

De acordo com o secretário de Previdência, esse sistema poderia ser a solução para evitar perdas bilionárias na transição buscada pelo governo Bolsonaro da repartição para a capitalização. "Reduz o custo de transição", declarou ele.

Entenda como funciona o modelo de capitalização da Previdência Social. — Foto: Juliane Monteiro/G1

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