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cibersegurança, hacker, vírus (Foto: Thinkstock)

(Foto: Thinkstock)

A pandemia do novo coronavírus causa uma série de preocupações na população. Uma das principais é financeira. Não à toa, qualquer oportunidade de ganhar dinheiro, como promoções e ofertas de emprego, chama atenção. Porém, é preciso ficar alerta porque os criminosos sabem se aproveitar muito bem disso. E o fato de tantos profissionais estarem agora trabalhando de casa só facilita a vida deles. 

Pesquisa realizada pela Refinaria de Dados, empresa especializada na coleta e análise de informações digitais, mostra que no período entre 20 de março e 18 de maio a busca por informações pessoais e bancárias de brasileiros na chamada dark web cresceu 108%. "Esse cenário é uma caixa de oportunidades para os criminosos", disse Sam Espinosa, executivo da empresa de segurança Next Caller, em entrevista para o The New York Times. Segundo ele, o desemprego faz com que as pessoas baixem a guarda e se tornem mais vulneráveis a esses criminosos.

Cerca de 37% dos entrevistados em um estudo realizado pela Nex Caller disseram acreditar que foram alvo de fraudes e golpes relacionados ao coronavírus. No levantamento, divulgado no começo de maio, 44% dos entrevistados também afirmaram que se sentiam mais vulneráveis à fraude durante o período de home office.

Sites Falsos

Até as coisas mais simples, como comprar álcool gel para as mãos, parecem difíceis agora. Muitos de nós procuram soluções ansiosamente na web. Os criminosos se aproveitam disso para criar sites falsos, assim como do aumento das vendas online. Sites fraudulentos costumam simular endereços eletrônicos governamentais legítimos que contêm informações sobre a covid-19. 

Em abril, por exemplo, links falsos sobre auxílio emergêncial foram enviados para mais de 6,7 milhões de brasileiros, segundo dados do DFNDR Lab, laboratório da startup de segurança digital da PSafe.

Também é comum encontrar sites falsos de lojas que fingem vender máscaras faciais e material de limpeza, mas existem apenas para coletar as informações do cartão de crédito dos usuários.

Veja algumas dicas para se proteger de sites fraudulentos:

Verifique a URL. A aparência de um site falso pode ser idêntica a de um site governamental ou bancário, mas a URL certamente será diferente. Clique na barra de endereços do seu navegador de internet e fique atento a domínios que terminem em "com.co", ".ma" ou ".co", em vez de domínios legítimos, como ".com", ".org" ou “.gov”.

Instale um bloqueador de anúncios. Para impedir que seu navegador exiba anúncios fraudulentos, você pode baixar uma extensão de bloqueio. 

Hacker aproveitou uma falha no Apple Pay, segundo a imprensa local (Foto: Pexels)

Dispositivos móveis são um dos alvos preferidos de hackers (Foto: Pexels)

Chamadas fraudulentas

Chamados de “robocallers”, esses golpes consistem em realizar ligações para obter seus dados. Na maioria das vezes, os criminosos "falsificam" números de telefone, fazendo com que você pense estar recebendo ligações de bancos e agências governamentais.

Em casos extremos, dois golpistas trabalham juntos. Um fica no telefone com o seu banco enquanto o outro está falando com você, pedindo informações pessoais para que eles possam imediatamente enganar o funcionário do banco e conseguir acesso à sua conta.

Veja como se prevenir:

Desligue o telefone e ligue de volta. Se, por exemplo, seu banco ligar com um alerta de fraude, desligue e ligue para o número de atendimento ao cliente do seu cartão de crédito e pergunte se algum funcionário realmente telefonou para você.

Remova as empresas da sua agenda de contatos. Digamos que você tenha o número de suporte de um banco salvo na agenda telefônica do seu celular. Se um criminoso simular estar ligando desse número para você, seu smartphone irá mostrar que a chamada recebida é dessa instituição, passando uma falsa sensação de genuinidade. É melhor excluir esses contatos, para que os golpistas não te peguem desprevenido.

E-mails e mensagens de texto

O phishing, forma de roubo na qual um criminoso finge ser alguém para solicitar suas informações pessoais, é um dos golpes mais antigos da internet. Mas isso só acontece ainda porque funciona.

Os fraudadores se adaptaram ao noticiário em constante mudança da pandemia. Em e-mails e textos, eles usaram vários disfarces, fingindo ser a Organização Mundial de Saúde, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, a Receita Federal e muito mais, de acordo com a empresa de cibersegurança ADT em entrevista ao The New York Times.

Os e-mails e textos enviados por esses criminosos fingem ter informações sobre o vírus ou sobre como as pessoas podem obter assistência financeira. Mas essas mensagens frequentemente contêm links para sites que solicitam informações pessoais ou baixam arquivos maliciosos em seus dispositivos.

Como se proteger:

Verifique o remetente. Semelhante aos sites falsos, os endereços de e-mail fraudulentos parecem legítimos, mas geralmente possuem um ou dois caracteres diferentes. Da mesma forma, as mensagens de texto fraudulentas tendem a vir de números genéricos.

Na maioria dos programas de e-mail, você pode passar o cursor do mouse sobre um link e ver uma prévia da URL que será aberta. Mas atenção: não clique no link. Se ele parecer suspeito, marque-o como spam e o exclua.

Home office

Na pandemia, milhões de profissionais adotaram o home office. Isso significa que os ataques que eram destinados às nossas empresas estão agora direcionados a nós. Os hackers que tentam roubar informações de uma companhia podem atacar nossas contas pessoais de e-mail ou redes domésticas, diz Ron Culler, diretor de Tecnologia e Soluções de Segurança para a ADT.

Seguir algumas práticas recomendadas pode proteger nossos dados e os de nossos empregadores:

Verifique a segurança da sua rede. Como os sistemas operacionais de computadores, os roteadores Wi-Fi precisam de atualizações de segurança. Verifique o manual de instruções do seu aparelho para confirmar se está executando a versão mais recente. Se o seu roteador tiver mais de sete anos de idade, provavelmente não receberá mais atualizações de segurança. Portanto, é melhor comprar um novo. Também verifique se o seu aparelho tem uma senha forte.

Mantenha o material de trabalho separado do material pessoal. Ao trabalhar em casa, os funcionários podem ficar tentados a usar suas próprias ferramentas, como computadores, endereços de e-mail pessoais e aplicativos de mensagens. No entanto, seus equipamentos e aplicativos provavelmente não foram configurados para proteger a segurança de rede da sua empresa.

É melhor trabalhar com equipamentos, contas da internet e software fornecidos pela sua empregadora. Se você não possui algum aparelho necessário para o trabalho, faça uma solicitação ao departamento de TI de sua empresa.