Por Darlan Alvarenga, G1


Dos 27 estados brasileiros, apenas Roraima registrou crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, na comparação com 2015, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa traça um perfil da atividade econômica nos estados e mostra que São Paulo ganhou participação no PIB, enquanto que o Rio de Janeiro perdeu.

Em 2016, a economia brasileira teve retração de 3,3%, no segundo ano consecutivo de retração, segundo dados revisados divulgados pelo IBGE na semana passada. Entre 2014 e 2016, o país acumulou redução de 6,7% no PIB.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, o PIB caiu -3,1 e -4,4%, respectivamente em 2016.

Segundo o IBGE, Roraima registrou crescimento de 0,2% no PIB em 2016. O Distrito Federal registrou estabilidade, e os outros 25 estados tiveram quedas no PIB, sendo que em 15 deles a retração foi mais acentuada que a da média nacional. As maiores quedas foram de Amazonas (-6,8%), Mato Grosso e Piauí, ambos com -6,3%.

Participação dos estados no PIB do Brasil
Em %
Fonte: IBGE

Juntos, São Paulo e Rio de Janeiro concentraram 42,7% do PIB do Brasil em 2016, ante uma fatia de 43,4% em 2015. Em 2002, ano de início da série do IBGE, era de 47,3%.

A participação do estado de São Paulo no PIB passou de 32,4% em 2015, para 32,5% em 2016. Já a do estado do Rio de Janeiro caiu de 11% para 10,2%, acumulando baixa de 1,4 p.p. em 2 anos.

São Paulo ganhou participação no PIB pelo segundo ano consecutivo, algo inédito na série iniciada em 2002, segundo o IBGE. Ainda assim, é o estado com a maior perda de participação acumulada entre 2002 e 2016: 2,4 pontos percentuais.

"O resultado do Rio de Janeiro foi influenciado pela queda dos preços internacionais do petróleo, atividade importante para o estado. São Paulo, por sua vez, registrou pela primeira vez crescimento de participação por dois anos seguidos na série iniciada em 2002. Diferentemente do Rio, São Paulo foi influenciado pela recuperação do Refino de petróleo e coque, favorecido pela queda do preço do petróleo", destacou o IBGE.

Na 3ª posição está Minas Gerais (que manteve fatia de 8,7%), seguido por Rio Grande do Sul (6,5% ante 6,4% em 2015) e Paraná (6,4% ante 6,3% em 2015).

5 estados concentraram 64,4% do PIB

Apenas 5 estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná) concentraram 64,4% do PIB do país em 2016, ante 64,7% em 2015. Trata-se do 3º ano consecutivo de encolhimento da participação deste grupo. Em 2002, a fatia era de 68,1%.

As outras 22 unidades da federação, que representavam 31,9% do PIB nacional em 2002, passaram a somar 35,6% em 2016, ante 35,3% em 2015.

Mato Grosso foi o estado que mais ganhou participação nos últimos 15 anos (0,7 p.p.), seguido de Paraná e Santa Catarina, que avançaram 0,5 p.p. e 0,4 p.p., respectivamente.

No ranking de estados, a Bahia assumiu a 6ª posição em 2016, trocando de posição com Santa Catarina, agora 7ª. O Ceará (11ª) trocou de posição com o Pará (12ª); Mato Grosso (13ª) com Espírito Santo (14ª); Mato Grosso do Sul (15ª) com Amazonas (16ª) e Rondônia (22ª) com Sergipe (23ª). Nas últimas colocações não houve mudanças. Roraima segue na lanterna (27ª), seguido por Acre (26ª) e Amapá (25ª).

Segundo o IBGE, Tocantins foi o estado com maior crescimento de 2002 a 2016. Enquanto o volume do PIB do Brasil cresceu 40,6%, 2,5% ao ano em média, o do Tocantins avançou 5,2% ao ano, seguido por Mato Grosso (4,7% a.a.) e Roraima (4,3% a.a.).

"Em Tocantins, o destaque no período foi Indústrias de transformação, que cresceu 10,4% a.a.. No Mato Grosso, a variação foi impulsionada pelo setor agropecuário, que cresceu 5,9% a.a., acompanhando o desenvolvimento do cultivo de soja", destacou o IBGE.

Evolução do PIB Brasileiro
Em %
Fonte: IBGE e Boletim Focus do Banco Central

Variação do PIB dos estados em 2016

  • Roraima:  0,2%
  • Distrito Federal: 0
  • Alagoas: -1,4%
  • Minas Gerais: - 2%
  • Santa Catarina: - 2%
  • Acre: -2,4%
  • Rio Grande do Sul: -2,4%
  • Paraná: -2,6%
  • Mato Grosso do Sul: -2,7%
  • Pernambuco: - 2,9%
  • São Paulo: -3,1%
  • Paraíba: -3,1%
  • Brasil: -3,3%
  • Goiás: -3,5%
  • Pará: -4%
  • Rio Grande do Norte: -4%
  • Ceará: -4,1%
  • Tocantins: -4,1%
  • Rondônia: -4,2%
  • Rio de Janeiro: -4,4%
  • Amapá: -4,9%
  • Sergipe: -5,2%
  • Espírito Santo: -5,3%
  • Maranhão: -5,6%
  • Bahia: -6,2%
  • Mato Grosso: -6,3%
  • Piauí: - 6,3%
  • Amazonas: -6,8%

PIB per capita do Distrito Federal é 2,6 vezes o do Brasil

O Distrito Federal permaneceu com o maior PIB per capita do pais (R$ 79.099,77), e o Maranhão teve o menor (R$ 12.264,28). "O DF mantém essa posição desde o começo da série e o seu PIB per capita é 2,6 vezes o do Brasil", destacou o IBGE.

Os outros maiores PIB per capita são, na ordem, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso, que assumiu a quarta posição de Santa Catarina, agora quinto. Por outro lado, Maranhão (27º) e Piauí (26º) continuam os menores PIB per capitas.

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