A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), em entrevista à Rádio Gaúcha ontem, informou que a Polícia Federal (PF) investigava governadores sobre irregularidades na Saúde durante a pandemia provocada por covid-19.
A parlamentar não citou nomes. Mas hoje a PF deflagrou a "Operação Placebo", que investiga possíveis desvios na área de saúde do governo estadual do Rio de Janeiro.
“A gente deve ter, nos próximos meses, o que a gente vai chamar, talvez, de ‘Covidão’ ou de... não sei qual vai ser o nome que eles vão dar... mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal”, disse a parlamentar ontem à "Radio Gaúcha".
Hoje, a PF informou que a ação deflagrada nesta terça-feira inclui 12 mandados de busca e apreensão. A investigação nasceu de parceria entre Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, que compartilharam informações com Procuradoria-Geral da República, no âmbito de investigação em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A ação da PF indica existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro, informou a PF.
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nota em que defende a apuração do suposto vazamento. “Sobre a suspeita de que a deputada Carla Zambelli foi informada antecipadamente da operação, é conhecido o vínculo da parlamentar com a Associação de Delegados [da Polícia Federal] desde quando era líder do movimento Nas Ruas. Esse laço se demonstra pela participação de Zambelli em eventos, vídeos e homenagens”, diz a nota.
“A Fenapef defende a apuração, com responsabilidade e profundidade, sobre a possibilidade de que esse vínculo possa ter sido utilizado para obtenção de alguma informação privilegiada”.