Coronavírus

Por G1


3 de julho - Um padre e um trabalhador usam equipamento de proteção individual (EPI) em um crematório, em meio à pandemia do coronavírus, em Nova Déli, na Índia — Foto: Anushree Fadnavis/Reuters

A Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou preocupação com o avanço da pandemia de coronavírus nesta quinta-feira (9), durante a reunião dos estados-membros. Segundo a agência de saúde da ONU, os casos seguem fora de controle na maioria dos países.

"Na maior parte do mundo, o vírus não está sob controle, está piorando", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "Mais de 544 mil vidas foram perdidas. A pandemia ainda está se acelerando."

Quase 12 milhões de casos de coronavírus foram relatados desde o início da pandemia. Segundo a OMS, ao menos a metade deles foi registrada nas últimas seis semanas – a cada sete dias, o mundo registrou 1 milhão de novos casos da doença.

"A pandemia da Covid-19 não deixou nenhum país intocado. Ela humilhou a todos nós", disse Tedros Adhanom.

Ainda durante a reunião, a OMS anunciou a criação de um grupo independente para analisar a evolução da pandemia e a resposta dos países contra o coronavírus. O grupo será co-presidido pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, e pela ex-presidente da República da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf.

'Perdemos muitos profissionais da saúde'

O chefe da agência de saúde da ONU lamentou as milhares de mortes pela pandemia e demonstrou solidariedade aos trabalhadores da linha de frente no combate ao coronavírus.

"Nunca esquecerei as imagens dos profissionais de saúde que usavam máscaras por tanto tempo que tinham marcas e machucados gravados no rosto, salvando vidas e arriscando as suas próprias. Perdemos muitos profissionais de saúde" – Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS

A organização também demonstrou preocupação com as vacinas já existentes e com a falta de medicamentos nos países mais afetados pela pandemia.

"Centenas de milhões de crianças correm o risco de perder vacinas de rotina para tuberculose, pneumonia, sarampo, poliomielite, cólera, difteria e outras doenças", alertou Tedros Adhanom. "Muitos países estão com poucos medicamentos para o HIV."

Ele reforçou que a cobertura universal de saúde é essencial para a segurança coletiva: "A saúde para todos, que tem sido a marca registrada da OMS há mais de 70 anos, é a resposta".

O diretor-geral da OMS ainda lembrou dos refugiados, que são um dos grupos mais vulneráveis à pandemia, e lamentou que ela tenha aumentado as desigualdades sociais. "A Covid-19 pode empurrá-los [os refugiados] para a beira do abismo", disse.

Transmissão pelo ar

Na terça (7), a OMS reconheceu que o coronavírus pode ser transmitido pelo ar, e não somente pelo contato com as gotículas expelidas por pessoas infectadas, como vinha afirmando.

A líder técnica para prevenção e controle de infecções da OMS, Benedetta Allegranzi, reconheceu que estão surgindo novas evidências desse risco de contágio pelo ar, mas afirmou que elas não são definitivas e que ainda é preciso reuni-las e interpretá-las.

Allegranzi destacou que a OMS já recomenda que as pessoas evitem ambientes fechados e cheios, mantenham o distanciamento e que usem a máscara em determinadas situações.

OMS reconhece evidências da transmissão de Covid pelo ar, mas diz que não são definitivas

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