Por G1


Pedro Sánchez, presidente do governo da Espanha, ofereceu o porto de Algeciras para o desembarque do navio da ONG Proactiva Open Arms, que há 17 dias é impedir de atracar na ilha italiana de Lampedusa — Foto: Reprodução/Twitter

O governo espanhol anunciou neste domingo (18) que oferece um porto na Andaluzia para que o navio da ONG espanhola Proactiva Open Arms possa desembarcar dezenas de migrantes africanos resgatados no Mar Mediterrâneo. A medida foi tomada depois do agravamento da situação no barco, que aguarda há 17 dias a permissão da Itália para atracar em um de seus portos.

Matteo Salvini, ministro de Interior italiano, se recusou a permitir o desembarque em território italiano, mesmo depois de, na sexta-feira (16), a Procuradoria da cidade de Agrigento (na ilha italiana da Sicília) ter aberto uma investigação pelo suposto crime de sequestro de pessoas e abuso de autoridade – não dirigido contra ninguém concretamente – em relação ao estado do navio.

Segundo a agência de notícias Reuters, porém, a porta-voz da ONG afirmou que o navio não pode aceitar a oferta espanhola por causa da situação de emergência a bordo.

Navio espanhol Open Arms carrega dezenas de migrantes — Foto: Valerio Nicolosi/AP Photo

O motivo é que o porto oferecido pelo presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, é o de Algeciras, localizado em Gibraltar e bastante longe de onde está o navio. O Open Arms fez o resgate próximo à ilha italiana de Lampedusa.

O fundador da ONG, Óscar Camps, que está a bordo do Open Arms, publicou em uma rede social neste domingo que o navio está a 950 milhas náuticas de distância do porto de Algeciras.

"Depois de 26 dias de missão, 17 de espera com 134 pessoas a bordo, uma resolução judicial a favor e seis países dispostos a acolher [os refugiados, depois do desembarque na Itália], querem que naveguemos 950 milhas, uns 5 dias mais, até Algeciras, o porto mais distante do Mediterrâneo, com uma situação insustentável a bordo?", questionou ele.

Óscar Camps, fundados da ONG Proactiva Open Arms, diz que porto oferecido pela Espanha para desembarque dos migrantes é o mais distante do Mediterrâneo — Foto: Reprodução/Twitter

Reação da Itália

Salvini, por sua vez, comemorou a decisão do governo espanhol de intervir na situação. "Espanha abriu seus portos aos migrantes da ONG Open Arms. Que bom! Quem vencer ganha", escreveu ele neste domingo. O ministro também publicou um vídeo no qual se diz orgulhoso de "ter mantido a cabeça erguida" no impasse de mais de duas semanas com a missão humanitária.

Na última quarta (14), um tribunal na Itália suspendeu uma medida que proibia a entrada do navio em águas italianas, já que Salvini havia proibido que o navio adentrasse águas nacionais. Após a decisão do tribunal, o político prometeu recorrer e assinar nova proibição.

Na quinta (15), seis países da União Europeia (UE) disseram estar dispostos a acolher migrantes do Open Arms.

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Celebridades como o ator Richard Gere também entraram na campanha para convencer a Itália a permitir o desembarque.

No sábado (17), Salvini autorizou o desembarque de 27 adolescentes com menos de 18 anos que iniciaram a travessia marítima da África até a Europa desacompanhados de um adulto responsável. Com isso, o navio conta agora com duas crianças – acompanhadas de seus pais – e dezenas de adultos.

Migrantes menores de idade desacompanhados são desembarcados do navio humanitário Open Arms pela guarda costeira italiana, na ilha italiana de Lampedusa — Foto: Francisco Gentico/AP

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