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Fachada de prédio da Unilever em Roterdã, nos Países Baixos (Foto: Robin Utrecht/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

Fachada de prédio da Unilever em Roterdã, nos Países Baixos (Foto: Robin Utrecht/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

A Unilever, ao lado de diversas empresas, anunciou que não irá mais comprar espaço publicitário no Facebook. O boicote ocorre após campanha de diversas organizações de direitos humanos nos Estados Unidos mostrar como a rede social lucra em cima de propagandas veiculadas ao lado de discursos de ódio e de fake news.

"Continuar a veicular propagandas nessas plataformas não adiciona valor às pessoas e à sociedade," disse a Unilever, em nota. Com orçamento de US$ 8 bilhões anuais para marketing, a saída do conglomerado representa até agora a maior perda para o Facebook. A rede social arrecada cerca de US$ 70 bilhões anualmente em publicidade.

A campanha, batizada de #StopHateForProfit ("Acabe com o ódio que vira lucro", em tradução livre), pede que empresas repensem a publicidade paga no Facebook por causa do "fracasso da plataforma em coibir a vasta proliferação de ódio na rede social."

Na última semana, a campanha contou também com a adesão da Ben & Jerry's (que pertence a Unilever), da North Face e da Patagonia. Outras marcas da Unilever incluem Axe, Dove e Lipton.

"A North Face está paralisando toda atividade e publicidade norte-americana paga no Facebook até que políticas mais rígidas sejam implementadas para impedir que conteúdo racista, violento e de ódio, além de desinformação, circulem na plataforma", disse a marca em nota.

A North Face pertence à VF Corp, que também é dona de marcas como JanSport e Timberland. Um porta-voz da empresa disse a CNN que as outras marcas também estão considerando aderir ao boicote.

"Nós pedimos ao Facebook para tomar ações claras para impedir que sua plataforma seja usada para espalhar racismo e ódio," disse a Ben & Jerry's, em nota.

A Patagonia, por sua vez, disse que as eleições presidenciais dos Estados Unidos, a pandemia de covid-19 e os protestos contra a violência policial tornaram "as consequências graves demais para que se permita que a empresa continue cúmplice na proliferação de fake news e no fomento de ódio e medo".

"Nós respeitamos profundamente a decisão de qualquer marca e continuamos focados no importante trabalho de remover o discurso de ódio e providenciar informações necessárias sobre as eleições," disse Carolyn Everson, vice-presidente global do Facebook, a CNN. "Nossas conversas com pessoas do marketing e de organizações de direitos civis são sobre como, juntos, podemos ser uma força do bem."

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