Nos Estados Unidos, um relatório do Comitê de Inteligência do Senado publicado pelo jornal The Washington Post mostrou que durante sete anos, logo após os ataques de 11 de setembro de 2001, a agência de espionagem americana usou técnicas brutais de tortura contra presos suspeitos de terrorismo. Inclusive contra aqueles que já tinham revelado tudo o que sabiam.
Seis mil e trezentas páginas revelam como a CIA escondeu do próprio governo e do povo americano as torturas cometidas contra suspeitos de terrorismo em prisões financiadas pela agência em várias partes do mundo.
As brutalidades aconteceram entre o fim de 2001 e o fim de 2008, praticamente durante todo o mandato do presidente George W. Bush.
Quando assumiu a Casa Branca, Barack Obama ordenou o fechamento das prisões. Mas, antes disso, quando o congresso levantou suspeitas sobre o uso de tortura, a CIA argumentou que os detidos só revelavam informações sobre novas ações terroristas quando eram submetidos a interrogatórios intensificados, um código para tratamentos brutais.
Porém, essas afirmações eram falsas, segundo o relatório da Comissão de Inteligência do Senado. A maioria dos detidos revelou informações valiosas antes de sofrer abusos. Mesmo assim, foram torturados, inclusive quando analistas da própria CIA garantiam que eles não tinham mais nada a revelar.
As técnicas incluíam afogamento em tanques de água gelada, espancamento, e bater com a cabeça do suspeito contra a parede até desmaiarem.
Um suspeito de pertencer à rede Al-Qaeda, Abu Zubaida, revelou informações espontaneamente. Mesmo assim, depois de contar o que sabia, foi torturado 83 vezes.
A comissão do senado vai mandar um resumo do relatório ao presidente Obama, pedindo que as informações sejam divulgadas publicamente.
