Por Nicolás Satriano, G1 Rio


Prefeitura do Rio e escolas privadas não chegam a consenso sobre volta às aulas

Prefeitura do Rio e escolas privadas não chegam a consenso sobre volta às aulas

Ainda não há data para o retorno das aulas em escolas particulares no Rio, paralisadas devido à pandemia de Covid-19. Uma reunião nesta segunda-feira (29) entre empresários do setor e o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) terminou sem acordo e um novo encontro foi marcado para quinta-feira (2).

No novo encontro, o objetivo é que as partes voltem a debater se é possível retomar as classes presenciais no próximo dia 15 de julho. Segundo Crivella, um impasse entre o sindicato de professores e representantes dos donos de colégios impediu o consenso.

Isso porque a prefeitura propôs que o retorno dos docentes fosse de forma "voluntária" – que os professores que se sentissem seguros para retomar as aulas presenciais o fizessem. Mas o sindicato de docentes acredita que os professores possam sofrer pressões e até retaliações caso não aceitem voltar às salas de aula.

Sem previsão para o ensino público

O prefeito frisou que não há previsão de retorno das escolas públicas. Crivella explicou que o comitê científico da Prefeitura é quem define uma data, mas é dele a palavra final.

"Não posso adiantar aquilo que o comitê científico decide como data, mas posso postergar. As equações continuam caindo. Os números de óbitos se encontram estabilizados. E também o nível de ocupação dos hospitais", garantiu.

Crivella fala de reunião sobre retorno às aulas no Rio — Foto: Nicolás Satriano/G1

Uma das preocupações para a retomada das aulas no ensino público é com estudantes que fazem refeições nos colégios. Crivella afirmou que seis mil merendeiras farão teste de Covid-19 para saber se podem retomar as atividades.

"Eu estou dizendo a vocês, aqui, que não há data marcada para a volta da escola pública. Estamos testando as nossas merendeiras para verificar se já temos condições de reabrir nossos refeitórios. E claro, só vão voltar as crianças que desejarem. (...) Vinte mil crianças faziam refeições aos sábados nas escolas", acrescentou Crivella.

Também segundo o prefeito, em coletiva na tarde desta segunda-feira, a flexibilização de atividades da capital não teve impacto na curva de sepultamentos na cidade.

"O número de óbitos teve um pico em abril, em maio, mas de la pra cá vem se estabilizado. É possível que haja mais óbitos em junho [em comparação com junho do ano passado

Protocolos

Mesmo sem um acordo, a prefeitura já estabeleceu protocolos para o retorno das aulas. Por exemplo, o retorno das classes presenciais deve ser gradual, mantendo as atividades remotas para controlar o número de alunos no ambiente escolar.

Prefeitura estabelece protocolo par volta às aulas — Foto: Reprodução/TV Globo

As escolas também devem fazer uma escala para entrada e saída dos alunos. O objetivo é não formar aglomeração, inclusive entre os pais dos estudantes.

Prefeitura estabelece protocolo para volta às aulas — Foto: Reprodução/TV Globo

Além disso, as salas de aula devem ser redimensionadas, para que se respeite o distanciamento social de, no mínimo, dois metros, ou o espaço de quatro metros quadrados por aluno. Isso deve ocorrer em todas as atividades educacionais presenciais.

Prefeitura estabelece protocolos para retorno das aulas — Foto: Reprodução/TV Globo

Futebol com torcida

Sobre a volta de jogos de futebol com torcida, Crivella questionou se a medida seria algo ruim, já que, segundo ele, o comitê científico do município permite o retorno dos jogos com um terço do público.

"A torcida pede, os clubes pedem. Outros clubes não pedem. Aí a gente diz: 'olha, o comitê científico diz que é possível'. Será que isso é ruim? A gente ser o único lugar do mundo que pode abrir. De repente é uma coisa boa, né? Puxa, a gente tá podendo abrir."

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