Por G1 AM


Secretária da Susam, Simone Papaiz — Foto: Diego Peres/Secom

A secretária de Saúde do Amazonas, Simone Araújo de Oliveira Papaiz, presa em Manaus durante a Operação Sangria, foi encaminhada a uma unidade prisional. O governador do estado, Wilson Lima (PSC), foi alvo de buscas e teve bens bloqueados pela mesma operação, que investiga supostas fraudes e desvios na compra de respiradores, com dispensa de licitação, de uma importadora de vinhos.

O governo disse que Simone Papaiz não participou de nenhuma etapa dos processos de aquisição dos 28 ventiladores pulmonares. Ela assumiu o comando da pasta no dia 8 de abril, quando o processo já estava na fase final. A Susam diz, ainda, que os recursos utilizados para a compra dos equipamentos não são de origem federal e sim oriundos do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas (FTI), que é estadual.

De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Simone deu entrada no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF) por volta das 15h30. Além dela, também seguiram para a unidade Luciane Zuffo Vargas de Andrade, dona da empresa Sonoar, e Alcineide Figueiredo Pinheiro, que é ex-gerente de compras da secretaria de saúde. As três estão em cela especial por serem portadoras de nível superior. Renata Silva foi presa em São José dos Campos, em São Paulo, onde mora com família desde janeiro.

João Paulo Marques dos Santos, ex-secretário de saúde; Perseverando da Trindade Garcia Filho, ex-secretário executivo adjunto de saúde; Fábio José Antunes Passos, dono da FJAP Importadora; e o empresário Cristiano da Silva Cordeiro foram levados para a Central de Recebimento e Triagem do CDPM. Segundo a Seap, os dois ex-secretários estão no CDPM2 e os outros dois estão no CDPM1 anexo.

A operação deflagrada nesta manhã cumpriu mandados na sede do governo do estado e na casa do governador. Em um dos endereços, em Manaus, encontraram R$ 13,7 mil em dinheiro em uma gaveta. Também foram na secretaria de saúde, na capital.

Investigadores informaram à TV Globo que o governador Wilson Lima, não quis fornecer a senha de dois celulares apreendidos nesta terça-feira (30). Ele estava em Brasília quando os mandados foram cumpridos.

A PF chegou a pedir a prisão de Lima, mas Falcão disse que, "ao menos neste momento", isso não se justifica.

Segundo a investigação, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores; direcionamento na contratação de empresa; lavagem de dinheiro; e montagem de processos para encobrir os crimes praticados com a participação direta do governador.

"No requerimento, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo sustenta que as investigações permitiram, até o momento, "evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de Covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população".

Em um dos contratos investigados foi encontrada suspeita de superfaturamento de, pelo menos, R$ 496 mil, segundo a investigação. A força-tarefa também apurou que os respiradores foram adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no país durante a pandemia, com diferença de 133%.

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