Por Marcelo Baccarin


Pequenos empresários tentam seguir em frente e falam sobre o futuro pós-pandemia

Pequenos empresários tentam seguir em frente e falam sobre o futuro pós-pandemia

Nunca foi fácil ser dono de um negócio no Brasil. Um terço das empresas ‘morre’ antes de completar um ano e com a pandemia, a crise se agravou. Nada menos que 88% dos pequenos negócios tiveram queda no faturamento mensal – 600 mil empresas do segmento já fecharam as portas. Mas os empreendedores seguem em frente. O PEGN conversou com empresárias que olham para o futuro.

Em 24 anos à frente de um salão de beleza, a empresária Wendy de Souza nunca passou por um “baque” como este. “O cheiro de umidade, o cheiro de coisa fechada, a gente precisa de ar, de respirar, de vida, precisa de circulação. Então é muito triste, é deprimente”, desabafa Wendy.

O salão de beleza, que tinha acabado de passar por uma reforma, faz parte de um setor que ainda não têm data para reabrir. Fechado desde 19 de março, o negócio tem despesa fixa de R$ 20 mil. Ela só conseguiu renegociar o aluguel – em 50%.

A Wendy só conseguiu se segurar até agora porque tinha uma boa gestão financeira. Ela sempre guardou dinheiro. Quando a pandemia começou, ela tinha uma pequena reserva de R$ 20 mil. Só que agora o dinheiro acabou.

A empresária vive o drama de milhões de empreendedores do país. Quem tinha alguma reserva, usou. Mas, quem não tinha, desistiu ou se endividou, e não tem como pagar. Um terço das pequenas empresas tem dívidas e empréstimos atrasados.

Para a empresária Erika Moraes, a pandemia abriu novos mercados. Ela alugava equipamentos de informática para empresas de eventos. Com a crise, tudo foi devolvido. Ao mesmo tempo, disparou a procura por notebooks para pessoa física.

“É um mercado novo para gente, que não tínhamos nenhuma locação em home office, e em março, as solicitações foram 100% pra home office. Saiu, em média, uns 300 equipamentos de março até agora”, conta Erika

A demanda foi tanta que a empresa recusou pedidos, por falta de equipamentos. Ela comprou apenas 20 novos notebooks por R$ 40 mil.

Ela fez o investimento por dois motivos: primeiro, ela já tinha o dinheiro em caixa, não precisou pegar emprestado em banco. Segundo: ela só comprou os notebooks, depois que fechou com o cliente contrato por um ano, que é mais ou menos o tempo em que o equipamento se paga com a locação, ou seja, a palavra foi cautela.

Para o consultor Haroldo Matsumoto, quando a pandemia passar, essa nova demanda, pode ficar num nível acima de antes. Vai depender do empresário.

“Ele tem que aproveitar que o consumidor acabou sendo obrigado a experimentar. A partir disso sempre tentar gerar novidades, vantagens, formas de continuar cativando o cliente para que ele continue consumindo dentro de casa esses produtos.”

A Wendy está usando a criatividade. Lançou um sorteio de vouchers: o cliente compra R$ 150 em serviços futuros e, se sorteado, terá direito a R$ 800 em serviços, quando o salão reabrir. A estratégia rendeu mais R$ 7 mil. Mas, eles já acabaram.

“Sei que já cortou tudo o que poderia, mas tem que buscar os incentivos do governo, o Pronampe, por exemplo. Então ele tem que ir atrás desse recurso, que talvez de um fôlego para ele até dezembro”, orienta Matsumoto.

“Acho que num momento de crise, de muita dificuldade, ou você se entrega e vai ficar ali se vitimizando ou você tem que fazer a coisa acontecer. Eu olho pro futuro ainda com dificuldade e vai ser uma retomada muito morosa, mas eu acredito. Eu nunca fiquei parada”, afirma Wendy.

WENDY STUDIO
Rua Baronesa de Itu, 337 - Higienópolis
São Paulo – SP – CEP: 01231-001
Telefone: (11) 3667- 8730
Whatsapp: (11) 99743-6031
Ig: @wendyystudio
Instagram do movimento: @juntospelabeleza

ALTNET
Rua do Grito, 387 – 6 andar – Sala 65 – Ipiranga
São Paulo / SP – CEP: 04217-000
Site: www.altnet.com.br
E-mail: comercial@altnet.com.br

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!