08/04/2016 15h21 - Atualizado em 08/04/2016 16h30

Acusado de estuprar 68 jovens no AM é condenado a 28 anos de prisão

Suspeito teria aliciado meninas com idade entre 13 e 17 anos.
Homem foi detido em 2014 na cidade de Parintins.

Do G1 AM

Homem foi preso no município de Parintins (Foto: Diego Toledano/ G1 AM)Homem foi preso no município de Parintins (Foto: Diego Toledano/ G1 AM)

Renato Reis Fragata, acusado de estuprar 68 meninas com idades entre 13 e 17 anos durante rituais de magia negra no Amazonas, foi condenado a 28 anos e 8 meses de prisão pelos crimes.

O homem, de 30 anos, foi preso em dezembro de 2014, em Parintins, a 369 km de Manaus. Os crimes ocorreram em dois municípios do estado. À polícia, o homem confessou que utilizava bebidas feitas com sangue de animais e prometia objetos caros para as vítimas dos abusos sexuais.

O julgamento do acusado ocorreu no dia 21 de março e foi divulgado ao G1 nesta sexta-feira (8). A sentença foi assinada pelo Juiz Jorsenildo Dourado do Nascimento.

Na decisão, o juiz destacou que o modus operandi do acusado demonstra a forma cruel e desumana com a qual ele atuava.

"A conduta do acusado é de acentuada censurabilidade, pois, sendo capaz de compreender a ilicitude dos seus atos, preferiu atuar em desacordo com a lei e a paz social", afirmou o juiz no documento.

Ao dar a sentença, o magistrado disse ainda que Fragata premeditou os crimes. "O acusado desprovido de qualquer sentimento pela pessoa humana, premeditou todos os delitos narrados na denúncia, com o único objetivo de satisfazer sua necessidade de manter, a todo custo, relações sexuais com menores de idade e mulheres, invocando, por vezes, DEUS e o diabo", afirmou.

O regime inicial de cumprimento da pena será o fechado, segundo a Justiça do Amazonas. "Considerando que o acusado permaneceu preso durante toda a instrução, bem como diante da pena aplicada, mantenho sua prisão para que, nessa condição recorra da presente sentença", informou o juiz.

Crime
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito atraía as meninas afirmando fazer parte de um grupo de rock. Após conseguir a confiança das menores, ele as levava para a casa onde morava e revelava que também era líder de uma seita que praticava magia negra.

As investigações apontaram que Renato Fragata dizia às vítimas que elas precisavam participar de um ritual para fazer parte da seita. A polícia identificou que o processo de iniciação era em quatro etapas: duelo de orações - em que a oração de magia negra mais poderosa ganharia -, ingerir sangue de animais, o homicídio de um inimigo e, por fim, fazer sexo com o suspeito. Caso as meninas não quisessem realizar os três primeiros passos, Fragata convencia as vítimas a manterem relações sexuais com ele, de acordo com a polícia.

"O suspeito dizia a elas que poderiam evitar os três primeiros estágios se quisessem, mas que para isso precisariam dormir com ele. Desta forma, ele estaria passando poderes sobrenaturais a elas", contou o delegado titular do 31° Distrito Integrado de Polícia (DIP) de Iranduba, Paulo Mavinier, logo após a prisão ao G1.

Renato Fragata foi identificado após a diretora de uma escola municipal de Iranduba entrar em contato com a polícia sobre a ação de um homem que estaria seduzindo alunas. As estudantes passaram a ter comportamento diferente e usar roupas no estilo gótico.