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show; smartphones; celulares (Foto: Getty Images)

show; smartphones; celulares (Foto: Getty Images)

Já pensou em ir a um show e não poder tirar fotos ou fazer vídeos? Essa ideia parece bem incomum hoje em dia, mas é a aposta do Yondr, uma nova tecnologia que promete acabar com as milhares de luzes vindas da plateia - e garantir a experiência ao artista e público dos antigos "ao vivo".

O Yondr é uma pequena bolsa que tem espaço suficiente para guardar o celular. A diferença? Esse acessório pode ser travado, o que torna impossível usar o smartphone durante apresentações. A ideia da empresa é que a bolsa fique com o dono do celular durante o show. Ao final, na hora de entregar o Yondr, as bolsinhas são destravadas com um mecanismo de disco.

 (Foto: Reprodução/Yondr)

Com o Yondr, os fãs não conseguem tirar fotos ou fazerem vídeos durante o show (Foto: Reprodução/Yondr)

O comediante americano, Dave Chappelle já usou essa tecnologia nas suas apresentações e disse ao New York Times que o fato de não ter de encarar gente da plateia filmando sua apresentação o fez se sentir mais “confiante” e “aberto” ao público. Outros artistas também apostaram nessa ideia, como Alicia Keys e Guns N’ Roses.

Graham Dugoni, fundador do Yondr, disse ao New York Times que um evento sem smartphones é “uma experiência diferente”. Para ele, as pessoas deixam de aproveitar e socializar durante os concertos porque estão muito ocupadas em fazer fotos, filmar e postar nas redes sociais. Sem contar que há perda de privacidade.

“Em um festival em San Francisco, em 2013, eu vi um homem que estava dançando bem bêbado e dois estranhos o filmaram e já postaram no YouTube, sem o homem ficar sabendo”, contou ao jornal.

O fundador diz que a tecnologia não é uma “moda”, é o futuro.

“Eu vejo como um movimento social, e isso é uma peça do quebra-cabeça. É sobre ajudar as pessoas a viverem na era digital de um jeito que não acabe com todo o sentido da vida”, afirmou.

O Yondr não foi criado apenas para shows: a empresa também tem alugado sua tecnologia para escolas, restaurantes e casamentos. A ideia, no futuro, é que seja usado também em eventos esportivos e peças de teatro.

O dinheiro da empresa vem do aluguel dos acessórios – US$ 2 cada, em torno de R$ 7. A tecnologia já foi usada em 57 espaços de shows e 300 escolas, só em 2016.

Dugoni explica que o acessório possibilita o celular receber mensagens ou ligações e, se necessário, a pessoa pode sair durante o show para desbloquear o aparelho. Em caso de emergência, “alguns funcionários têm acesso aos seus celulares dentro do local”, explicou.

Apesar de ter atraído os artistas, alguns fãs não curtiram a ideia. Wende Curtis, dono do Comedy Central, estabelecimento que adotou o Yondr, admitiu que muitos ficaram desapontados e outros preferiram o reembolso a ficar sem acesso aos smartphones.