Por G1 Rio Preto e Araçatuba


Centenas de pessoas acompanharam a peça em Rio Preto — Foto: Anderson Carvalho/Divulgação

Centenas de pessoas foram ao teatro do Sesc de São José do Rio Preto (SP) para assistir à peça que traz Jesus interpretado por uma atriz transgênero na noite de sábado (16). A apresentação foi realizada um dia depois da Justiça proibir a encenação da peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”, no Sesc de Jundiaí.

Ao final da apresentação, que o G1 acompanhou, o público ovacionou a atriz Renata Carvalho e aplaudiu de pé por mais de um minuto.

“A atriz é sensacional. A peça representa a realidade no Brasil. Nós não podemos deixar este assunto passar em branco. São trans, homossexuais e demais grupos que são oprimidos por pessoas conservadoras”, afirma Beatriz Menes Soares.

Renata Carvalho faz o papel de Jesus, que é uma mulher transgênero — Foto: Anderson Carvalho/Divulgação

Antes da peça começar, foram distribuídos pequenos cálices de vinho e uma vela, para promover a ambientação do público.

Com pouco mais de uma hora, o monólogo da atriz retoma os ensinamentos da Bíblia a fim de valorizar mulheres, homossexuais, garotas de programa, negras e transgêneros.

“Eu acho sensacional ser uma transgênero em cena, mas o preconceito das pessoas em relação à peça é um absurdo. A atriz é trans, mas ela é um ser humano, assim como eu ou você. A atriz merece respeito e a peça traz este assunto delicado, mas muito importante”, complementa Beatriz.

Peça 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu' foi apresentada em Rio Preto — Foto: Anderson Carvalho/Divulgação

Polêmica

A peça, com classificação para maiores de 18 anos, causou polêmica em Jundiaí, onde uma liminar do juiz Luiz Antonio de Campos Júnior, da 1º Vara Cível de Jundiaí, proibiu sua realização.

Em uma publicação nas redes sociais, a diretora da peça disse que esta foi a primeira vez que o espetáculo foi impedido de acontecer. "O espetáculo busca resgatar a essência do que seria a mensagem de Jesus: afirmação da vida, tolerância, perdão, amor ao próximo. Para tanto, Jesus encarna em uma travesti, na identidade mais estigmatizada e marginalizada da nossa sociedade. A mensagem é de amor, mas é também provocadora", diz na publicação.

O Sesc emitiu uma nota de esclarecimento dizendo que o espetáculo provoca reflexões em torno de questões de gênero e informando que recorreu da decisão.

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