Rock in Rio 2017

Por Cauê Muraro, G1 — Rio de Janeiro


Myles Kennedy (à esquerda) e Mark Tremonti no show do Alter Bridge nesta sexta-feira (22) no Rock in Rio — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Adeus, pós-grunge. Formado por três músicos que passaram pelo Creed, o Alter Bridge mostrou em seu show no Rock in Rio na noite desta sexta-feira (22) que quer saber pouco do subgênero que teve seu auge no começo dos anos 2000. Favas contadas: o guitarrista, Mark Tremonti, já tinha tido que o rótulo é um "insulto".

O estilo agora é mais hard rock, metal. Nada muito inventivo, soa genérico até. Mas o que importa é que ali, ao vivo, não comprometeu a noite de quem esperava Tears for Fears e Bon Jovi, as atrações seguintes do Palco Mundo. Era só não esperar por um som revolucionário.

Para festival, está mais do que bom. Sem um grande hit para chamar de seu, o Alter Bridge não pareceu espantar ninguém. E ainda fez os fãs mais empolgados matarem a vontade de ver o quarteto que existe desde 2004 e está em sua primeira passagem pelo Brasil.

Outro ponto essencial: a voz do cantor do Alter Bridge, Myles Kennedy, tem zero do timbre "eddievedderiano" e da sofrência típica de Scott Stapp, o angustiaado e problemático vocalista do Creed.

Conhecido pela época em que era frontman de uma banda do Slash, do Guns N' Roses, Kennedy tem um vocal confiante, agudo e potente, de quem já escutou muito Iron Maiden na vida.

Com cara de felizão permanente, ele era a simpatia e a dedicação em pessoa, falou até português ("E aí, galera!"). Também lembrou que, enfim, após 13 anos de existência o Alter Bridge chegou ao país.

Foi um set curto, dez músicas ao longo de uma hora. Quem não é fã dificilmente vai guardar uma faixa específica m específico na lembrança ou se converter, já que a banda tende a repetir uma espécie de fórmula.

Tem o vocal de tom alto, tem o pré-refrão, tem o solo de guitarra, tem o "refrãozão" etc. Mas a execução é competente. Tudo bem.

Se a resposta do povo era animada mais ali para perto do palco, nas três últimas a coisa engrenou também nas áreas mais afastadas. Em "Open your eyes", após 50 minutos do início, finalmente vieram as palmas e coros grandes na Cidade do Rock. "Metalingus" e "Rise today" fecharam bem.

Kennedy, ali, foi para a galera, sempre o mesmo sorriso no rosto. Depois, teve selfie no palco.

Ninguém nem se lembrou de um pequeno deslize: durante o show, tinha sido executada "Waters rising", faixa que tem o guitarrista Mark Tremonti cantando com seu estilo mais angustiado que o solto Myles Kennedy. Ficou sendo a única concessão ao pós-grunge. Ufa...

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Alter Bridge durante show no Rock in Rio — Foto: Marcos Serra Lima/G1

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