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Crítica: Red Hot Chili Peppers fecha Rock in Rio com descontração e hits

Banda americana foi a última atração do domingo
Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio 2017 Foto: Guito Moreto / O Globo
Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio 2017 Foto: Guito Moreto / O Globo

RIO — Atração principal de festival que se preza, os Red Hot Chili Peppers não decepcionaram como número de encerramento do Rock in Rio 2017. Com 34 anos de experiência nas costas, eles jogaram para a galera, sim. Fizeram um show calcado em hits — quase todos da segunda fase da carreira, pós-1999 — e em sua descontração no palco, com algumas poucas mas boas surpresas.

A noite começou com um groove de baixo de Flea ao qual se juntaram a bateria de Chad Smith e a guitarra de Josh klinghoffer (que veio de munhequeira verde e amarela). Logo, ele virou um animado duelo do guitarrista com baixista (que deu um salve para os amigos do Sepultura) — foi a traquinagem antes da primeira música de fato, "Can't stop", quando quando Anthony Kiedis entrou para cantar um daqueles refrãos gigantes que iriam marcar a primeira parte do show.

"Snow" (do disco Stadium arcadium", de 2006) abriu a série de rocks mornos, para o povo cantar junto, como "The Zephyr song", "Dark necessities", esse do novo disco, e "The getaway". "Did I let you know", de "I'm with you" (2011), manteve a cálida temperatura com seu sabor latino acentuado por um trumpete. A quebra veio com os ácidos Stooges de "I wanna be your dog", usados como introdução do balanço discoteque "Right on time", que desembocou  na simpática "Go robot" do novo disco. Bom baile.

Uma longa introdução de Josh e Flea (que parecem adorar estender as canções) retardou a chegada do hit "Californication", canção triste-alegre indispensável nos shows do Red Hot Chili Peppers - hora em que a plateia cantou a plenos pulmões.

Mas logo a coisa mudou de figura e a apresentação tomou outros rumos com o funk pesado de "Sir psycho sexy", pérola slystoniana de "Blood sugar sex magic" (1991). O disco ainda forneceu as duas seguintes: o racha-assoalho "The power of equality" (bela surpresa para quem queria ver o velho e apimentado Red Hot de Flea, Chad e Kiedis) e a óbvia "Under the bridge", a super balada que levou a banda ao estrelato.

Porta aberta, só restou ao RHCP mandar hits: o parrudo-melódico "By the way" foi recebido aos gritos no fim do show. E o bis, que começou com "Goodbye angels", tristinha do novo disco, dobrou a esquina na sexualidade funk de "Give ir away" (do disco de 1991), já com um Anthony Kiedis sem camisa, convocando geral para um bacanal. Meio como nos velhos tempos.

Cotação : Bom