Um dia depois de ir ao ar programa partidário do PSDB em que a legenda faz defesa do parlamentarismo e critica o que chamou de "presidencialismo de cooptação" o que foi entendido por governistas como crítica ao governo , tucanos próximos ao Palácio do Planalto pediram um almoço com o presidente Michel Temer. A informação foi dada por um assessor do presidente Temer que também não gostou do tom do programa do PSDB.

Além dos ministros políticos Aloysio Nunes, Bruno Araújo e Antonio Imbassay também integra o grupo o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se afastou da presidência do partido depois de ser citado em delação premiada do grupo JBS e transferiu o comando do partido interinamente ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

O programa partidário,feito a pedido do presidente em exercício do PSDB, provocou grande polêmica por fazer uma espécie de mea culpa, o reconhecimento de que o partido cometeu erros ao praticar "a velha política" e aceitar a prática do fisiologismo. Esse ponto irritou ministros como Aloysio Nunes Ferreira, que disse estar no governo por convicção sobre a agenda de reformas, e não para obter vantagens. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi consultado sobre o tom do programa e fez sugestões.

O programa aprofunda o racha dentro do partido que vem de algum tempo. No passado, já houve divisão entre paulistas e mineiros, e agora se manifesta em grupos que querem uma inflexão na conduta do partido, como foi apresentado no programa, e os que querem manter o discurso e continuar apoiando o governo Temer. Tasso Jereissati recebeu apoio de deputados federais, senadores  e do líder do partido na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP).

 

Atualizado às 15h30: Aécio não foi almoço. Questionado se o senador esteve presente, um assessor de Temer respondeu: "não fisicamente".