Uma técnica mais eficiente no tratamento de varizes está sendo testada em quatro hospitais públicos do Rio de Janeiro. Ela pode substituir a cirurgia e reduzir a longa espera nas filas.
A técnica da escleroterapia usa uma injeção com medicamento em forma de espuma que seca os vasos com má circulação do sangue. “Ao penetrar na veia a espuma causa uma reação inflamatória dentro do vaso causando um espasmo imediato e, a curto e médio prazo, o fechamento dessa veia. Essa veia não faz falta, na verdade ela estava atrapalhando a circulação venosa do paciente”, explica o médico Felipe Borges Fagundes.
Médicos treinados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro estão usando esta técnica no tratamento de pacientes de quatro hospitais públicos. A iniciativa é para diminuir as filas de espera pela cirurgia de varizes.
No Brasil, estima-se que 45% das mulheres e 30% dos homens sofram com este problema. Só no Rio, 12 mil pessoas aguardam pelo tratamento, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
De acordo com o Ministério da Saúde, 90 mil atendimentos de pacientes com varizes foram feitos pelo SUS em 2016.
A escleroterapia não é autorizada pelo Ministério da Saúde. A incorporação de qualquer nova tecnologia no Sistema Único de Saúde (sus) leva em conta a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.
Equipes da rede pública do país realizaram cerca de 90 mil atendimentos relacionados às varizes neste ano, mas a técnica que usa o medicamento em forma de espuma não faz parte dos procedimentos autorizados.
A incorporação de qualquer nova tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS) leva em conta a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. O Ministério da Saúde informou que a incorporação de qualquer nova tecnologia no SUS depende da avaliação da Comissão.
Os médicos que trabalham neste projeto experimental no Rio querem apresentar os resultados a esta Comissão nos próximos meses. O Conselho Regional de Medicina e a Sociedade Brasileira de Angiologia defendem a inclusão da técnica na listagem do SUS.
“Essa técnica já existe há mais de 30 anos. Com o passar do tempo, ela foi sendo desenvolvida. A utilização de produtos anteriormente importados passaram a ser utilizados com confecção nacional, o que barateou a técnica”, afirma Carlos Peixoto, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro. “É importante que haja codificação pelo Ministério da Saúde dessa técnica e milhares de brasileiros serão beneficiados com esse tipo de procedimento”, completa.
O tratamento à base de espuma também não está incluído na cobertura mínima dos planos de saúde. Só há cobertura quando as operadoras fazem um contrato mais amplo. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) disse esse novo procedimento pode entrar na discussão sobre novas inclusões, que só vão entrar em vigor em janeiro de 2018. A ANS disse, ainda, que há cobertura para o tratamento cirúrgico de varizes.