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EUA e Coreia do Norte travam briga de jardim da infância, diz ministro russo

Rússia trabalha para alcançar aproximação razoável com líder norte-coreano, afirma Lavrov
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov Foto: Kevin Hagen / AFP
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov Foto: Kevin Hagen / AFP

WASHINGTON - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, descreveu nesta sexta-feira a escalada verbal entre os presidentes americano, Donald Trump, e norte-coreano, Kim Jong-Un, como "uma briga entre crianças de jardim da infância" e pediu calma.

— Temos que esfriar as cabeças e entender que precisamos de pausas, que precisamos de alguns contatos — disse Lavrov em coletiva de imprensa na ONU, à margem da Assembleia Geral anual.

Lavrov disse que a Rússia trabalha com outros países "para alcançar uma aproximação razoável e não emocional, ao invés da briga de jardim da infância entre crianças onde ninguém pode contê-los".

Em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU, na terça-feira, o presidente Trump ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte e catalogou o líder norte-coreano de um "homem foguete" que está em uma "missão suicida". Kim retrucou na quinta-feira, descrevendo Trump como "mentalmente transtornado" e advertiu que "pagará caro" por sua ameaça.

Moscou daria as boas-vindas a qualquer tentativa de mediar a crise, disse Lavrov à imprensa, acrescentando que este mediador poderia ser uma nação europeia "neutra". A Suíça se ofereceu para a tarefa.

RETOMADA DO DIÁLOGO

Rússia e China impulsionam uma promessa conjunta de retomar o diálogo com a Coreia do Norte com uma paralisação dos testes com mísseis e nucleares de Pyongyang em troca de uma suspensão dos exercícios militares de Coreia do Sul e Estados Unidos. Washington rechaçou, no entanto, esta proposta, considerando-a "insultante" e mantém que não oferecerá incentivos a Pyongyang para que se sente na mesa de negociações.

Sem mencionar os Estados Unidos, Lavrov disse que os países que se negam a dialogar "não estão cumprindo" com as obrigações das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que pede uma resolução pacífica da crise.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte detonou sua sexta bomba nuclear e testou mísseis intercontinentais, afirmando que precisa se defender das hostilidades dos Estados Unidos e seus aliados.