Por Henrique Coelho e Gabriel Barreira, G1 Rio


Militares durante operação no Jacarezinho, Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução / TV Globo

O número de alunos que tiveram aulas canceladas nesta segunda-feira (21) durante operações policiais chegou a quase 27 mil à tarde, segundo a secretaria municipal de educação. Pela manhã, o número chegava a 22 mil.

As aulas foram canceladas em mais um doa de megaoperação integrada entre as forças armadas e as polícias civil e militar do Rio, em oito comunidades da Zona Norte da capital. De acordo com o último balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, houve 43 detidos. Trezentos quilos de maconha e 10 de cocaína foram apreendidos, além de cinco pistolas de uso restrito, um adaptador que transforma uma pistola GLOCK em uma submetralhadora, conhecido como KIT RONI, munições, duas granadas de fabricação caseira e grande quantidade de drogas, materiais para endolação e balanças de precisão.

As áreas onde mais alunos tiveram aulas canceladas foram Complexo do Alemão (9.615), Manguinhos/Benfica (5.685) e Higienópolis (3.895). O número total, de 26.975, é considerado recorde no ano pela Prefeitura do Rio.

Segundo a SME, as escolas só funcionaram normalmente em oito de 107 dias letivos do primeiro semestre deste ano. Ao todo, 381 escolas municipais ficaram fechadas pelo menos um dia, afetando 131 mil alunos.

Ministro descarta vazamento

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, descartou que tenha havido vazamentos na operação desta segunda, apesar da prisão de um soldado por suspeita de passar informações. "Foi um bom resultado da Inteligencia, tanto da polícia quanto das Forças Armadas. É importante dizer que soldados não têm informações estratégicas. Então, nós estamos alertas, integrados e vamos levar à justiça todo e qualquer vazamento", garantiu

Jungmann."Não existe nenhum vazamento nos níveis superiores. Se reconhecermos algum vazamento referente à operação de hoje, vamos levar à justiça"

Comunidade podia ter aulas, opinou subsecretário

O subsecretário de comando e controle da Secretaria de Segurança (Seseg) do Rio responsabilizou os criminosos pelas milhares de crianças sem aula. Ele chegou a opinar que as escolas tinham condições de abrir normalmente. "Fui consultado e citei minha opinião que elas poderiam abrir porque a comunidade estava estabilizada", afirmou Rodrigo Alves em entrevista coletiva.

"Essas 22 mil crianças sem aula estão sem aulas por causa dos bandidos, não por causa da polícia. Se os bandidos não receberem a polícia a tiros - o Estado a tiros, aqueles que tem dever de zelar pela nossa segurança - elas (crianças) terão aula"

À tarde, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, adiantou durante coletiva de imprensa sobre a operação desta segunda-feira (21) em oito comunidades que os índices de julho do Instituto de Segurança Pública tiveram menos casos de letalidade violenta em relação ao mesmo mês de 2016.

"Os dados de julho de 2017, a despeito de toda a dificuldade, como a nossa prioridade é a preservação da vida, indicam uma redução de letalidade violenta em relação a julho de 2016, que contava com um grande aparato de segurança por causa da Olimpíada", disse Sá

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