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Dois policiais militares e um suspeito são baleados em intenso tiroteio na Rocinha

Segundo informações iniciais, um deles foi atingido na cabeça e o outro, no peito. Um suspeito ficou ferido no confronto
Policiais militares em frente ao Hospital Miguel Couto, onde estão internados dois colegas feridos na Rocinha Foto: Marcio Alves / Agência O Globo
Policiais militares em frente ao Hospital Miguel Couto, onde estão internados dois colegas feridos na Rocinha Foto: Marcio Alves / Agência O Globo

RIO — Dois policiais militares foram baleados durante um tiroteio, na manhã desta segunda-feira, na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Os agentes foram levados para o Hospital municipal Miguel Couto. Segundo as primeiras informações, um deles foi atingido na cabeça e o outro, no peito. Um suspeito também ficou ferido. A comunidade vivencia, desde 17 de setembro, uma disputa pelas bocas de fumo travada pelas quadrilhas de Rogério Avelino dos Santos, o Rogério 157, e de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso em Rondônia .

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Os dois agentes atingidos são do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq). As informações iniciais são de que eles estavam na localidade conhecida como 199. Após o confronto, foi apreendida uma pistola com um kit rajada.

CLIMA DE APREENSÃO NO HOSPITAL

Há um clima de apreensão na entrada da emergência do Miguel Couto. Oito viaturas do Batalhão de Choque e 35 agentes da corporação aguardam do lado de fora da unidade.

- Foram dois policiais baleados. (A Rocinha) Tá tenso - resumiu um dos policiais sobre a situação da Rocinha.

Morador da Rocinha, um motoboy, que pediu para não ser identificado, não sabe a que horas poderá voltar para a sua residência, na localizada na parte alta da favela:

- Eu trabalho de madrugada em Copacabana e saio às 7h. Trouxe um amigo ao hospital, mas agora não sei que horas vou poder voltar pra casa. A situação da Rocinha só piora. Morar no motor com essa guerra é muito ruim

Por causa da violência na Rocinha, uma escola fechou as portas. A unidade atende a 233 alunos, segundo a Secretaria municipal de Educação.

MINISTRO DIZ QUE TIROTEIO FAZ PARTE DA HISTÓRIA

Na terça-feira, em São Paulo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, dissera que a guerra na Rocinha acabou, mas os tiroteios já são "parte da história da comunidade" :

— Quando chegamos (à Rocinha), havia uma guerra e hoje não existe mais isso. Existe tiroteio, mas infelizmente faz parte da história da comunidade. Aquela situação agravada, do jeito que estava, não existe mais — disse o ministro em um evento da Força Aérea Brasileira (FAB) em São Paulo.

SUSPEITO FERIDO É RECONHECIDO

Segundo a PM, o suspeito que ficou ferido foi reconhecido por policiais do BPChq como sendo um dos que participou do confronto. Ele está internado sob custódia no Miguel Couto.

"Segundo o comando do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), houve confronto entre policiais militares da Unidade e criminosos armados durante patrulhamento nas localidades 199 e Rua 1 na manhã desta segunda-feira (23/10). Na ação, dois policiais do Choque ficaram feridos e foram socorridos ao Hospital Municipal Miguel Couto (HMMC), onde estão recebendo atendimento médico. Após a ação, uma pistola com kit rajada foi apreendida na região e um criminoso baleado foi encontrado por policiais da UPP Rocinha, sendo reconhecido pelas equipes do BPChq como um dos envolvidos no confronto na 199. Ele foi levado para o HMMC".

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TIROTEIO NO VIDIGAL NA NOITE DE DOMINGO

Na noite deste domingo, o Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio, teve um tiroteio entre policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e bandidos. O confronto foi por volta das 20h30. Os PMs foram acionados para checar uma denúncia de que havia homens armados na localidade conhecida como Jaqueira.

Ao chegarem ao local, os agentes trocaram tiros com os criminosos. Não há informações de feridos. O caso foi registrado na 15ª DP (Gávea).

Nesta segunda, por causa do clima tenso na comunidade, uma creche municipal, onde são atendidas 148 crianças, suspendeu o atendimento.