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Juiz declara que viagem de Dilma para visitar Lula em 2016 não foi oficial

Juiz declara que viagem de Dilma para visitar Lula em 2016 não foi oficial

Ela visitou seu antecessor em solidariedade à condução coercitiva sofrida pelo ex-presidente para ser interrogado na Lava Jato

MARCELO ROCHA
09/10/2017 - 14h00 - Atualizado 09/10/2017 18h24
Dilma Rousseff e Lula na sacada do apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, em 2016 (Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo)

O juiz Hong Kou Hen, da 8ª Vara Federal de São Paulo, declarou como “não oficial” a viagem da ex-presidente Dilma Rousseff a São Bernardo do Campo, São Paulo, no dia 5 de março de 2016 para visitar seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Ela o visitou um dia após ele ter sido levado coercitivamente pela Polícia Federal para ser interrogado na Lava Jato. “A visita a um amigo, ainda que plenamente cabível o uso de transporte oficial, não tem como ser reconhecida como exercício de atribuições constitucionais, legais ou regulamentares de um presidente da República, mas unicamente como interesse pessoal. O deslocamento presidencial de Dilma Rousseff tampouco atendeu a qualquer interesse público”, afirmou o juiz.

Em razão das prerrogativas inerentes ao cargo, acrescentou o magistrado, ainda que a viagem de Dilma a São Bernardo tenha sido motivada por interesses particulares, não cabe a devolução de valores despendidos nos trajetos e gastos com equipes de apoio.

A decisão é fruto de uma ação popular de autoria do advogado Júlio Cesar Martins Casarin, ligado ao Movimento Contra Corrupção (MCC). Casarin disse a EXPRESSO que vai analisar a sentença e recorrer para que Dilma seja condenada a ressarcir os cofres públicos. “Ela pode apoiar politicamente quem quiser, mas sem usar dinheiro público”, disse.

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