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Trem bate em plataforma e deixa ao menos 56 feridos em Barcelona

A dianteira da composição ficou destruída com o impacto; companhia investiga acidente
Tem bateu na estação Francia, em Barcelona Foto: AFP
Tem bateu na estação Francia, em Barcelona Foto: AFP

BARCELONA — Um acidente de trem em um terminal de Barcelona deixou ao menos 56 feridos, um em estado grave, na manhã desta sexta-feira. Por razões ainda desconhecidas, um trem da companhia ferroviária nacional espanhola Renfe colidiu ao chegar à estação, seu destino final, indicou um porta-voz da empresa. Com a força da batida, a dianteira da composição acabou destruída. A companhia estatal Adif, que gere as ferrovias, abriu uma investigação sobre o acidente na estação Francia, no Centro da cidade.

Os serviços de emergência informaram que 20 feridos, incluindo o condutor do trem, foram encaminhados a hospitais da região. Os paramédicos atenderam o restante dos passageiros machucados em macas dispostas na plataforma. A vítima em estado grave sofreu uma contusão no tórax. Há um francês e um romeno, e o restante é espanhol, disse um porta-voz da Defesa Civil.

"Meu trem bateu ao chegar na estação Francia hoje", escreveu Felix Rios, que filmou o trem parado na estrutura de amortecimento da plataforma.

Segundo o "La Vanguardia", vários passageiros já estavam de pé, prontos para desembarcar, quando o trem bateu. Isso teria agravado o saldo do feridos. Alguns receberam cuidados médicos ainda na estação, de acordo com fotos postadas nas redes sociais. A composição vinha da vila de Sant Vicenc de Calders, na província de Tarragona.

Os serviços de emergência mobilizaram vários veículos e ambulâncias para a Estação da França, no centro histórico da cidade, conforme as imagens exibidas pela AFPTV. Ele "trafegava numa velocidade normal, não freou e colidiu com o pilar de ferro" ao fim da via, afirmou à AFPTV um agente de segurança da estação, que pediu para não ser identificado.

— No momento da colisão, tivemos a sensação de um terremoto. As pessoas caíam umas sobre as outras. Muitos estavam de pé e caíram no chão. Vi muitas pessoas com cortes na cabeça e no rosto provocados na queda — declarou ao jornal catalão "La Vanguardia" uma passageira, Lidia, que estava no primeiro vagão.

INVESTIGAÇÃO ABERTA

A polícia regional abriu uma investigação sobre as circunstâncias do acidente, segundo os serviços de emergência. A companhia Renfe iniciou o "plano de assistência às vítimas e suas famílias".

O acidente ocorreu em plena greve dos serviços ferroviários espanhóis, que planejavam assegurar cerca de 66% do tráfego nas linhas catalães nos horários de pico. De acordo com um porta-voz dos serviços de emergência, o trem teria, em princípio, a capacidade de transportar 50 pessoas. Não está claro quantos passageiros estavam em seu interior.

O presidente regional, Carles Puigdemont, chegou ao local do incidente pouco depois das 9h, e o ministro dos Transportes estava a caminho. Por um momento, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, deixou de lado seu conflito aberto com Carles Puigdemont a respeito da independência da região, telefonando-o para discutir o ocorrido.

O acidente coincide com o aniversário, esta semana, da tragédia que deixou 80 mortos em 24 de julho de 2013, em Santiago de Compostela, no noroeste do país. Naquele dia, um trem vindo de Madri descarrilou em uma curva perigosa a 179 km/h, a quatro quilômetros de Santiago de Compostela. O limite de velocidade permitido era de 80 km/h.

Apenas o condutor foi processado até agora. Sob pressão de associações das vítimas, a Justiça reabriu o inquérito para investigar uma possível negligência em termos de segurança da companhia que administra a rede.