Política Lava-Jato

Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi são levados para prisão em Benfica

Tribunal Regional Federal determinou mais uma vez a detenção e o afastamento de mandato dos deputados
Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi deixam o IML escoltados por agentes da Policia Federal Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi deixam o IML escoltados por agentes da Policia Federal Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

RIO — Os deputados Jorge Picciani , presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio ( Alerj ), Paulo Melo e Edson Albertassi foram encaminhados na tarde desta terça-feira à Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica . Eles se apresentaram na sede da Polícia Federal no Rio e, em seguida,  pós o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) determinar, por unanimidade, mais uma vez a prisão e o afastamento do mandato deles.

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A unidade em Benfica, que funciona como triagem dos presos do sistema penitenciário do estado, também é utilizada para os presos relacionados às investigação da Lava-Jato no Rio. O presídio abriga o ex-governador Sérgio Cabral .

Na semana passada, o tribunal já havia decretado, também por unanimidade, a prisão dos peemedebistas. No entanto, a decisão foi derrubada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). E os três deixaram o presídio sem que o tribunal fosse notificado.

Em nota, o advogado Nélio Machado, que defende Picciani, considerou a decisão do TRF-2 "ilegal, inconstitucional e infeliz". E informou que vai recorrer à instância superior, em Brasília.

Ao chegar à PF, Machado disse que Picciani está abalado e que foi surpreendido pela decisão da Justiça.

—  Ele está abalado. Primeiro, foi submetido há pouco tempo a um procedimento cirúrgico violento, tem filho pequeno e estava pronto para se defender e foi surpreendido com essa decisão.

Também em nota, Albertassi informou que " confia na Justiça e estará sempre à disposição para esclarecer os fatos".

Mais cedo, Paulo Melo também entrou com pedido de afastamento temporário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), a exemplo do que já tinham feito os deputados Jorge Picciani, presidente da Casa, e Edson Albertassi, líder do governo. Assim como os colegas peemedebistas, Melo também vai se licenciar até o fim do recesso parlamentar, em janeiro.

O deputado estadual Paulo Melo (de azul) se apresenta mais uma vez à Polícia Federal Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
O deputado estadual Paulo Melo (de azul) se apresenta mais uma vez à Polícia Federal Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

No julgamento de hoje, o relator da ação sobre a Operação Cadeia Velha no TRF-2, desembargador Abel Gomes, votou para que "se restitua a ordem de prisão" dos parlamentares e foi seguido pelos outros quatro desembargadores.

O relator afirmou que a Alerj cometeu duas ilegalidades na sessão da última sexta-feira: emitiu um alvará de soltura para os deputados sem que isso passasse pelo tribunal e "ingressou em matéria que não é de sua competência" ao deliberar também sobre o afastamento dos deputados, quando deveria se pronunciar apenas sobre a prisão, segundo o desembargador.

De acordo com o relator do caso, a Alerj ignorou completamente o TRF-2 e sua jurisdição. Abel disse que na sexta-feira a Assembleia sequer enviou ao tribunal o resultado da sessão que revogou a prisão dos deputados.

Deputado Edson Albertassi se reapresenta à Polícia Federal no Rio Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
Deputado Edson Albertassi se reapresenta à Polícia Federal no Rio Foto: Márcio Alves / Agência O Globo

No fim de seu voto, o relator também defendeu que o TRF-2 envie ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de intervenção federal se a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) criar novos "obstáculos" ao cumprimento de decisões da Justiça Federal no Rio.

O que pesa contra Picciani e seus aliados
JORGE PICCIANI
Acusado de receber propina da Fetranspor e de lavar o dinheiro por meio da Agrobilara, empresa do ramo agropecuário.
Provas citadas pelo MPF
Delações premiadas e movimentações financeiras de operadores
PAULO MELLO
Também acusado de receber propina de empresas de ônibus e de lavagem de dinheiro.
Provas
Delações premiadas e movimentação financeira de operadores.
EDSON ALBERTASSI
Outro acusado de receber propina e
lavar dinheiro.
Provas
Delações premiadas
e quebra de sigilo bancário da Fetranspor
O que pesa contra Picciani
e seus aliados