Edição do dia 08/10/2017

08/10/2017 09h43 - Atualizado em 10/10/2017 10h03

Globo Rural conta a história da música “Romaria”, de Renato Teixeira

A canção simples se tornou um hino a Nossa Senhora Aparecida e um canto de resgate do caipira, o homem do campo.

José Hamilton Ribeiro

 O Globo Rural fez uma viagem pelo roteiro da música “Romaria”. O repórter José Hamilton Ribeiro acompanhou o autor da canção, Renato Teixeira, em um passeio emocionante pelo interior de São Paulo. Lugares que inspiraram na composição, que é considerada um hino dos romeiros, que não medem esforços para pagar promessas, levando apenas a fé e olhar.

Histórias de aventura e fé marcam devoção por Nossa Sra. Aparecida

 

Renato Teixeira é autor de uma canção até simples, mas que se tornou um hino à Nossa Senhora Aparecida e um canto de resgate do caipira, um homem do campo. Renato não tinha ideia que a música ia virar tudo isso. “Eu quis fazer uma coisa sofisticada. Nunca imaginei que fosse se transformar numa canção tão popular. Eu acho que a força dela está exatamente em mexer com um símbolo brasileiros muito forte, que é Nossa Senhora. Era uma canção do romeiro, aquele que vai para Aparecida. Aí você começa a ver como ela penetra no inconsciente coletivo do povo brasileiro.”

 Ele conta como compôs Romaria. “Eu escrevi numa mesinha que eu tinha. Eu gostava de sentar no chão para ficar ali escrevendo. Escrevi com a mão, compus, eu não tinha gravador nessa época para registrar ali, mas gravei na cabeça”. A letra é feita com recursos poéticos e tem até palavras que não estão no dicionário. Para explicar sua intenção na música, Renato aceitou ir aos lugares onde se passa a história de Romaria até chegar à Aparecida.

Romaria tem hoje mais de cem regravações, com nomes importantes da nossa música. Mas uma das gravações mais importantes para Renato é a de Maria Rita, filha de Elis Regina, num show em homenagem à sua mãe. O encontro entre o compositor e Maria Rita foi emocionante e cheio de ternura. “Ela é uma música que mexe muito comigo, com a questão da fé. Eu sempre tive uma relação muito difícil com Deus. Não conseguia entender o Deus que tira a mãe de uma criança. Essa música me aproxima um pouco da minha relação com a fé, da minha relação com o mágico, da minha relação com a minha mãe. Essa música é muito profunda, de verdade pra mim”, relata a cantora.

 

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