Política

Condenado, ex-médico comete suicídio antes da chegada da polícia à sua casa

Farah Jorge Farah, que matou e esquartejou amante em 2003, cortou virília, diz delegado
O ex-médico Farah Jorge Farah - 2014 Foto: Reprodução/GloboNews
O ex-médico Farah Jorge Farah - 2014 Foto: Reprodução/GloboNews

SÃO PAULO — O ex-médico Farah Jorge Farah , de 68 anos, condenado a 14 anos de prisão por matar a amante em 2003, foi encontrado morto em sua casa, na Vila Mariana, Zona Sul da capital, quando os policiais chegaram para cumprir mandado de prisão. Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, que acompanhou a operação no início da tarde desta sexta-feira, Farah se matou com dois cortes na veia femoral (virilha).

A equipe de Nico foi à casa do ex-médico nesta sexta-feira para cumprir uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em sessão realizada nesta quinta-feira, a Corte havia determinado a prisão do ex-médico, que fora condenado em 2014 por matar e esquartejar uma mulher. Há três anos, Farah aguardava o julgamento do recurso em liberdade.

Sem conseguir entrar na casa, os policiais chamaram um chaveiro para abrir a porta. Quando finalmente entraram no imóvel, encontraram o ex-médico deitado no chão, sangrando e com ferimentos na virilha.

— Quando chegamos para cumprir o mandado de prisão, a porta estava trancada e ninguém atendia. Arrombamos a porta, e (vimos que) ele se matou. — afirmou o delegado Nico.

CRIME OCORREU EM 2003

Em 23 de janeiro de 2003, Farah matou sua amante e cliente Maria do Carmo Alves, então com 46 anos, em sua clínica de cirúrgia plástica em Santana, Zona Norte. Segundo a denúncia do Ministério Público, o cirurgião pretendia colocar fim à relação e atraiu a vítima com a promessa de que faria uma lipoaspiração.

Após sedar e matar Maria do Carmo, Farah cortou o corpo da vítima em pedaços, que colocou em sacos plásticos. O ex-médico teve o cuidado de tirar a pele da ponta dos dedos para tentar dificultar a identificação do cadáver. Dois dias depois do crime, Farah se internou em uma clínica psiquiátrica e confessou o assassinato à polícia.

Os sacos plásticos com partes do corpo de Maria do Carmo estavam no porta-malas do carro de Farah.

A defesa de Farah alegou que, antes do crime, o cirurgião vinha sendo perseguido pela vítima. E que ele a matou ao tentar se proteger de um ataque feito por ela quando os dois estavam sozinhos no consultório médico.

Em um primeiro julgamento, realizado em 2008, Farah foi condenado a 12 anos de prisão. Os advogados do ex-médico conseguiram anular o resultado do Júri em 2013, e um novo julgamento foi marcado para o ano seguinte. Em maio de 2014, ele foi novamente condenado, desta vez a 16 anos de prisão, pena que seria reduzida para 14 anos porque ele confessou o crime.