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Em nova derrota para Trump, Justiça bloqueia proibição de transgêneros no Exército

Presidente dos EUA foi criticado por tentar reverter política de Barack Obama
Manifestante chora durante protesto contra planos de Trump para proibir transgêneros de integrarem Exército Foto: CARLO ALLEGRI / Reuters
Manifestante chora durante protesto contra planos de Trump para proibir transgêneros de integrarem Exército Foto: CARLO ALLEGRI / Reuters

WASHINGTON — Uma corte federal dos Estados Unidos em Washington bloqueou nesta segunda-feira a proibição dos trangêneros de integrarem o Exército, defendida pelo presidente Donald Trump. Esta é mais uma derrota para o republicano, que, desde o início do seu mandato, trava uma batalha contra os tribunais para fazer valerem os seus decretos. A nova decisão judicial vem depois que um grupo de militares transgênero pediu à Justiça que não permitisse ao presidente mudar as políticas militares sobre o assunto.

O grupo de militares alega que as declarações do presidente violam os direitos garantidos pela Constituição americana de igualdade. Em resposta, a juíza Colleen Kollar-Kotelly disse que os demandantes tinham direito a uma injunção que impedisse a execução da proibição até que seu caso fosse resolvido.

Em maio, Trump usou sua conta no Twitter para anunciar sua decisão de proibir transgêneros no Exército, tomada após consulta a generais e especialistas militares, segundo ele. O presidente afirmou que a presença de transgêneros seria um fardo devido aos "enormes gastos médicos e a distração que implicariam".

"Depois de consultar meus generais e especialistas militares, informo que o governo dos Estados Unidos não vai aceitar nem permitir que transgêneros sirvam em qualquer cargo do exército americano. Nosso exército deve ser focado na vitória decisiva e esmagadora e não pode ser sobrecarregado com os enormes gastos médicos e distrações que transgêneros no exército implicariam. Obrigado", disse Trump em vários tweets.

A defesa do veto aos transgêneros provocou protestos pelos EUA e foi alvo de críticas de todos os lados do espectro político americano, desde ativistas LGBT até integrantes de seu próprio Partido Republicano.

Segundo estimativas do departamento de Defesa americano, já existem entre 2,5 mil e 7 mil transgêneros entre os 1,3 milhão de militares na ativa nos Estados Unidos, porque eles declaram a orientação sexual somente após o começo do serviço militar.

Um estudo da organização sem fins lucrativos Rand Corporation, encomendado em 2016 pelo Departamento de Defesa dos EUA, concluiu que deixar as pessoas transgênero servirem abertamente teria um "impacto mínimo" sobre os custos de saúde, especialmente pelo fato de eles serem tão poucos — representam apenas 0,5% de toda a força armada americana.

Não é a primeira medida da administração Trump que mira direitos conquistados pela comunidade LGBT durante a gestão de Barack Obama. Em fevereiro, o presidente encerrou proteções federais que asseguravam a estudantes transexuais o direito de utilizarem os banheiros de escolas públicas que correspondessem às suas identidade de gênero.