Rio

Traficante Rogério 157, que continua foragido, já foi visto em 32 lugares desde o início da guerra na Rocinha

Disque-Denúncia já contabiliza uma média de 12 denúncias diárias do bandido
Rogério 157 e seu bando é procurado pela polícia Foto: Divulgação/Portal dos Procurados
Rogério 157 e seu bando é procurado pela polícia Foto: Divulgação/Portal dos Procurados

RIO - Trinta e um dias depois de ser protagonista da guerra pelo controle do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, em São Conrado, que paralisou vários bairros da Zona Sul do Rio e deixou reféns da violência as milhares de pessoas que vivem na comunidade, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, permanece foragido e, segundo os próprios policiais, longe de ser capturado. Com uma recompensa de R$ 50 mil para quem ajudar com informações para sua prisão, ele virou uma espécie de fantasma. Apesar de uma enxurrada de informações, seu paradeiro é incerto.

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— Pelo que sei ele está na Rocinha. Continua lá, sob a proteção de homens armados com fuzis — afirmou um policial civil.

— Está numa casa no Complexo do Alemão. Fugiu para lá depois que as Forças Armadas anunciaram que iriam cerca a Rocinha — diz outro.

— Saiu da Rocinha. Está rodando por várias favelas. Não dorme ou fica um dia sequer nos lugares. Está circulando, em constante movimento — confidenciou outra fonte.

Para complicar ainda mais sua caçada, uma média de 12 denúncias sobre seu possível paradeiro têm chegado diariamente ao conhecimento da Secretaria de Segurança, da Polícia Civil e a Polícia Militar desde que a guerra começou, no dia 17 de setembro. Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, tem sido visto em toda parte, bairros e municípios na Região Metropolitana do estado. São muitos os lugares onde o bandido estaria escondido: Rocinha, Vidigal, Alemão, Turano, Salgueiro, Bonsucesso, Campo Grande, Vista Alegre, Guadalupe, Penha, Vila da Penha, Costa Barros, Chapadão, Nova Iguaçu, Icaraí (Niterói), Marechal Hermes, Santa Teresa, São Gonçalo, Estácio, Rio Comprido, Itaoca, Lins de Vasconcelos, Bangu, Del Castilho, Cidade de Deus, Jacarepaguá, Vigário Geral, Mangueira, Olaria, Barra de Guaratiba, Pedra de Guaratiba e Barra da Tijuca.

Segundo o Disque-Denúncia, desde que a guerra começou na Favela da Rocinha, um total de 476 denúncias chegaram ao serviço sobre o tema, 336 com informações específicas sobre possíveis locais onde o criminoso estaria escondido. Ou seja, do total de denúncias sobre a guerra na Rocinha, 41% são relativas a Rogério 157.

Policiais civis ouvidos pelo GLOBO tem informações diferentes. Nesta quarta-feira, os informes davam conta que o traficante mais procurado do Rio permanece escondido na Rocinha e no Vidigal (favelas vizinhas na Zona Sul do Rio), protegido por 15 homens armados. No dia 17 de setembro, moradores da comunidade testemunharam o confronto entre traficantes. Cerca de 60 bandidos ligados a Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem — que está preso num presídio federal em Porto Velho — invadiram a comunidade para expulsar Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, seu antigo aliado. A batalha levou as Forças Armadas de volta às ruas. Usando blindados, os militares cercaram os acessos à Rocinha. O traficante, no entanto, não foi preso.

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